A BR–116 é a rodovia onde os condutores têm mais chances de morrer, de acordo com levantamento feito pela reportagem de O TEMPO, com base em dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Apenas em 2017, 170 pessoas perderam a vida em 1.620 acidentes na rodovia.
A proporção entre acidente e morte é maior na 116 em relação à 381, que lidera no número de acidentes, com 4.177 colisões e 222 mortes no ano passado. De acordo com os dados, a cada dez ocorrências na 116 uma pessoa morre. Já na BR–381, há uma morte a cada 19 acidentes. Apesar dos números, a situação geral da 116 é considerada “regular” pela última pesquisa CNT de Rodovias.
Para especialistas, a estrada ruim ganha um aliado perfeito para a tragédia: o motorista. Isso ocorre porque boa parte dos acidentes acontece devido à imprudência dos condutores. Foram 678 batidas (41,8%) por falta de atenção do motorista e 202 (12,4%) por velocidade alta. Somadas, essas ocorrências representam mais da metade das tragédias na 116 entre janeiro e dezembro de 2017.
O consultor em transporte e trânsito Osias Baptista Neto diz que a BR–116 tem muitos “problemas de travessias urbanas, volume alto de ônibus e carretas para não ser duplicada até hoje”. Ele confirma que, em comparação com outras rodovias, as chances de haver um acidente fatal na 116 é maior. “A carreta, com o peso de até 40 t, em alta velocidade, vai pegar dois, três, quatro, cinco carros e destroçá-los totalmente”, exemplifica.
A BR–116 é uma das rodovias mais importantes do país, uma vez que liga as regiões Nordeste e Sul. A extensão da estrada no trecho mineiro é de 817,3 km. Entre o Rio Grande do Sul e o Ceará, a rodovia tem cerca de 4.600 km – passando por dez Estados. (Com Rafaela Mansur)
Batida na 040 mata um e fere dois
A chuva e a neblina podem ter causado um acidente que aconteceu na segunda-feira (5) na BR–040, em Nova Lima, na região metropolitana de BH. Uma mulher de 26 anos morreu na batida, e duas pessoas ficaram feridas.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente ocorreu no sentido de Belo Horizonte, por volta das 6h30, na altura do KM 567, próximo ao condomínio Retiro do Chalé. De acordo com o agente Elbert de Aguiar Mendes, da PRF, “o Palio seguia no sentido de BH quando rodou e acabou invadindo a outra pista, atingindo a frente do Classic, que seguia no sentido do Rio”, detalhou.
No Classic estavam um homem de 51 anos e o filho dele, de 24. “O que sabemos é que eles são de Piedade do Paraopeba (distrito de Brumadinho, na região metropolitana) e trabalham na mineradora Herculano. Eles iam pegar serviço quando foram atingidos”, contou o agente. No Palio, estava Anna Laura Fagundes, que trabalhava na cervejaria Verace.
Homenagem. A empresa lamentou a morte da funcionária por meio de nota: “Sua alegria e seu alto-astral serão eternizados em nossas memórias, assim como sua competência e seu profissionalismo exemplares” . Várias pessoas prestaram solidariedade no Facebook. “Sua energia do bem ficará gravada em nossas almas”, escreveu uma amiga. (Aline Diniz e José Vitor Camilo)
Liminar obriga realização de obras em BRs
O Ministério Público Federal (MPF) obteve liminar que obriga o governo federal a realizar obras urgentes para a reparação estrutural de pontes sobre os rios Pirapetinga, Muriaé e Córrego do Nilo, na BR–116, e em Reduto, na BR–262, na Zona da Mata.
Segundo a liminar, o governo também deverá fazer intervenções para a correção de irregularidades em trecho da BR–116 entre São João de Manhuaçu e Muriaé, também na Zona da Mata, com a determinação de que os trabalhos sejam iniciados até 45 dias a partir da publicação.
Dnit
Intervenções. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes afirmou que os trechos da BR–116 sob a responsabilidade do órgão recebem melhorias, mas não falou sobre duplicações na rodovia.
Respostas
Números. O Estado de Minas Gerais registrou 869 mortes em 12.709 acidentes em rodovias federais em 2017, de acordo com dados da Polícia Rodoviária Federal. Dos acidentes, 77,9% foram causados por ações de condutores, o que representa 9.911 ocorrências. Falta de atenção liderou, com 4.095 registros. Velocidade alta causou 2.967 desastres nas rodovias federais mineiras, enquanto dormir ao volante levou a 823 acidentes.
Vias. Dos mais de 12 mil acidentes que aconteceram, 6.362 foram em pistas simples, 6.014 em duplicadas e 333 em múltiplas.