Seis meses depois da concessão da Rodoviária de Belo Horizonte para a iniciativa privada, o terminal, que antes era administrado pelo Governo de Minas Gerais, já recebeu melhorias. As mudanças estavam previstas no contrato firmado entre a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Minas e a Concessionária Terminais BH.
Durante a primeira parte da entrega dos terminais à iniciativa privada, a empresa teria que melhorar questões de acessibilidade, limpeza e restauração de mobiliários. Além de implantar sistema de internet sem fio.
A reportagem do Estado de Minas esteve no terminal e conversou com os usuários. À primeira vista, já é possível perceber que torres de tomadas foram instaladas ao lado de todos os assentos, além de balcões e mesas próximas às lanchonetes e restaurantes.
Ao lado de uma das torres para carregar celular, estava Lara Aparecida Oliveira Martins, de 19 anos. A jovem, que está grávida, é de Lagoa Santa e estava acompanhada do marido e da filha. Ela conta que a instalação de mais tomadas tornou a estadia dos viajantes mais agradável.
Outro ponto levantado por Lara foi que a escada rolante da rodoviária, conhecida por estar sempre quebrada, havia voltado a funcionar. A jovem explicou que, principalmente para ela que está grávida, a melhoria facilitou a sua mobilidade.
Banheiros
Entre os projetos que constam no contrato está a melhoria no esquema de limpeza, sanitários e fraldários. Na ida da reportagem ao terminal de BH, ficou claro que a famosa frase “banheiro de rodoviária”, para fazer alusão a algum local sujo, não se aplica ao local.
Jorgina Pereira Santana, de 63 anos, mora em Unaí, na Região Noroeste de Minas Gerais, e vem sempre a BH acompanhando o marido, que faz tratamento de saúde na capital. Para ela, mesmo que tenham sido pequenas, as mudanças na estrutura da rodoviária foram boas.
“Teve uma melhora na higiene. O banheiro tem estado muito bom. Inclusive, eu que sou idosa nem pago a taxa, só apresento a minha carteirinha e ganho a gratuidade. As tomadas funcionam, o atendimento é bom”, relata.
Apesar disso, a aposentada afirma que os preços dos alimentos vendidos dentro do terminal aumentaram. “As vezes eu saio para comprar lá fora, porque os preços aqui dentro são muito altos. E acaba sendo perigoso, porque o entorno aqui é muito perigoso”.
Wi-fi
Além da instalação das tomadas, o processo de modernização da rodoviária de BH também inclui a instalação de uma antena de sinal 5G e rede wi-fi aberta. No entanto, as antenas que aumentam a velocidade da internet de aparelhos que possuem a tecnologia do 5G ainda não foram colocadas. Além disso, há poucas placas informando sobre a rede de conexão sem fio.
Em conversa com a reportagem, William Ribeiro, de 61 anos, e Rose Duarte, de 56, disseram que não sabiam da existência do sinal aberto de wi-fi. “Melhorou bastante a infraestrutura daqui, os banheiros estão mais limpos. Não sabíamos que tinha wi-fi grátis, falta informação, como placas informativas da oferta do serviço. A gente nem sabia”, relatou William.
Em relação à oferta do sinal 5G, a Concessionária Terminais BH informou que aguarda a operadora de telefonia móvel fazer a instalação da antena. “A obrigação da rodoviária é fornecer o wi-fi gratuito”.
Segurança
Embora não faça parte do pacote de obras estipulado para os primeiros seis meses da concessão, a empresa que agora administra o terminal fez mudanças voltadas para a segurança dos usuários. A principal delas foi a proibição de acesso de pessoas que não possuem bilhetes de viagem ao espaço de embarque. Agora, as escadas que levam ao estacionamento dos ônibus ficam isoladas e o acesso só é permitido após a passagem ser apresentada para os seguranças.
De acordo com a CEO da Concessionária Terminais BH, Vanessa Costa, a segurança dentro do terminal é feita por uma empresa privada e se restringe apenas às dependências da rodoviária. Já o policiamento do entorno fica a cargo da Polícia Militar e da Guarda Civil Militar.
A arquiteta Fernanda Regina de Carvalho, de 26 anos, conta que está habituada a fazer o trajeto entre Governador Valadares, Belo Horizonte e Porto Alegre – no Rio Grande Sul. Ela afirma que o terminal da capital mineira é o “único” em que ela consegue se sentir segura. “Principalmente como mulher, aqui eu consigo ficar tranquila, deixar minhas malas ao meu lado, me distrair no celular ou até trabalhar”.