CAPINÓPOLIS, PONTAL MINEIRO – Em uma entrevista exclusiva com a assessoria do hospital São Camilo, o jornal Tudo em Dia teve acesso à dados e informações sobre a atuação da instituição em Capinópolis.
O Jornal Tudo em Dia não vinculado à nenhum órgão público ou partido político e é mantido com recursos próprios. O objetivo principal é levar a informação imparcialmente ao leitor, ouvindo e publicando a opinião de ambas as partes, cabendo ao cidadão Capinopolense formar sua própria opinião sobre o assunto.
O hospital São Camilo, antigo hospital Nossa Senhora das Vitórias, iniciou suas atividades em 2008 e encerrou as mesmas em 31 de Dezembro de 2011.
A São Camilo alega que, no período em que administrou o Hospital de Capinópolis, os partos foram realizados normalmente. Em 2011, a demanda de nascimentos na cidade foi pequena, mas ainda assim foram realizados 104 partos no Hospital, diferente do que informa a matéria enviada aos órgão da imprensa, onde informa que as gestantes eram encaminhadas à Ituiutaba.
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“Reiteramos que, conforme orientação preconizada pelo Ministério da Saúde, o Hospital São Camilo sempre priorizou a realização do parto normal, mais saudável para a mãe e o bebê e que apresenta menor risco para ambos. Sendo assim, apenas casos de indicação médica e que exigiam alta complexidade eram encaminhados à cidade de Ituiutaba, por uma questão de segurança das pacientes.
Exames de pré natal, são por natureza, de responsabilidade dos Programas de Saúde da Família, PSF’s, sendo assim, não é função do Hospital esse acompanhamento, mas sim das Unidades Básicas.
A São Camilo realizou em 2011 a contratação de um novo pediatra para contemplar os casos do Hospital e ampliar a assistência aos recém-nascidos. Ainda neste ano, foram realizados 34.745 atendimentos de urgência e emergência, 329 internações, 6.992 exames e 242 cirurgias” informou Lilia Cacau, assessora de imprensa da São Camilo.
Rescisão de contrato de gestão
“No dia 16 de maio de 2011, a Sociedade Beneficente São Camilo oficializou a denúncia do contrato junto ao Sistema Único de Saúde do Hospital São Camilo de Capinópolis na Delegacia Regional de Saúde de Ituiutaba. A denúncia se fez necessária tendo em vista o cumprimento legal de uma ação face à uma inviabilidade econômica por parte da prefeitura local na manutenção das atividades do Hospital.
Após tentativas sem sucesso de negociação com o poder público municipal em relação ao pagamento do valor do repasse na íntegra previsto em contrato, a direção da São Camilo oficializou a denúncia para evitar quebra de contrato por falta de assistência, atraso com a folha dos funcionários e, que, situações intercorrentes aconteçam e comprometam a prestação de serviços em saúde.
O Hospital que realiza atendimentos a 95% de usuários do SUS, contava apenas com 92% do valor oficial do repasse, o que feria o contrato previsto entre as partes. “A situação estava insustentável e os déficits se acumulavam e aumentavam consideravelmente”, explica o diretor na época, Alessandro Campos.
Desde meados de 2008 que a São Camilo administra o Hospital. Até o final de 2011, foram feitas reformas e ampliações relevantes à população, como obras na recepção principal que organizou o fluxo de entrada de pacientes do Pronto Socorro que conta com nova sala e equipamentos.
Aquisições de autoclave, monitores multiparâmetros, gerador, pintura na área externa e finalização das enfermarias masculinas foram realizadas para aprimorar a assistência. O berçário passou por uma ampliação e projetos foram implantados tendo em vista o bem estar social da comunidade que faz uso do Hospital.
No dia 12 de agosto, data em que a Sociedade Beneficente São Camilo realizou a denúncia do contrato junto ao SUS na Prefeitura Municipal de Capinópolis, oficializando a permanência como gestora do Hospital por apenas mais 30 dias, ou seja, até 12 de setembro do corrente ano, aconteceu uma reunião na Promotoria Pública da cidade, quando a prefeitura manifestou interesse em cobrir os valores atrasados para manutenção das atividades do Hospital e o cumprimento do contrato na íntegra.
Dentro do prazo estabelecido, a São Camilo aceitou a proposta do poder público municipal e permaneceu na administração do Hospital até o dia 31 de dezembro de 2011, conforme Termo de Ajustamento de Conduta, TAC”.
“Qualquer instituição só sobrevive com parcerias, pois aumenta folha, contas e reajustes e não há repasse real que acompanhe esses gastos. Nunca deixamos de pagar funcionários ou contratos em dia, mas o problema cresce a cada mês devido ao desconto no repasse que o município tem realizado por conta própria, desta forma não há como a São Camilo continuar”, finalizou Alessandro Campos.