A Gás Natural Açu (GNA) inaugurou hoje (30) a sua primeira termelétrica no Porto do Açu, em São João da Barra, no norte fluminense. Presente ao evento, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, destacou que o empreendimento contribuirá para a segurança energética do país. “É essencial nesse momento, para que o país possa superar a maior escassez hídrica de sua história”, disse.
Segunda maior usina termelétrica a gás natural do país, a GNA 1 tem 1.338 megawatts (MW) de capacidade instalada, suficiente para fornecer energia a 6 milhões de residências, e vai contribuir para o Sistema Interligado Nacional (SIN), disse Bernardo Perseke, diretor-presidente da GNA.
No último dia 16, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) liberou todas as unidades geradoras que compõem a usina termelétrica (UTE) GNA 1 para início da operação comercial. Foram investidos no projeto R$ 5 bilhões que resultaram na geração de 12 mil empregos, segundo a empresa.
Durante a solenidade, Perseke anunciou o início das obras da UTE GNA 2, com 1.700 MW de capacidade instalada. Juntas, as duas usinas terão 3 mil MW, o que permitirá atender o consumo residencial dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo.
Segundo o diretor-presidente da GNA, esse será o maior complexo de gás e energia da América Latina.
Mil dias
O ministro Bento Albuquerque aproveitou a ocasião para lembrar que durante os mil dias do atual governo a capacidade de geração elétrica cresceu 15%, enquanto a capacidade de transmissão evoluiu 16%. Ele lembrou ainda que o governo federal realizou o maior leilão de petróleo e gás do mundo, em novembro de 2019, que arrecadou R$ 84 bilhões em bônus de assinatura, contra R$ 60 bilhões arrecadados até aquela data. O ministro destacou que os investimentos contratados no setor de petróleo e gás atingiram R$ 420 bilhões em mil dias, o correspondente a 76% de todo o investimento do setor de infraestrutura do país.
Leilões de energia
Albuquerque mencionou ainda os leilões de energia como fundamentais para segurança do setor. “Para que daqui a quatro ou seis anos, nós não passemos por situações como essa de crise hidroenergética”.
O ministro citou dois leilões que serão realizados até o final do ano. O primeiro, em outubro, denominado leilão emergencial, visa garantir energia termelétrica de 2022 a 2025. “Com isso, vamos ter mais segurança e contribuir para que os nossos reservatórios de água possam voltar a níveis normais”. Esse leilão emergencial será importante também porque irá reduzir o custo da geração térmica, indicou o ministro.
Em dezembro, será realizado um leilão de reserva de capacidade. “Nós teremos unidades geradoras de energia, boa parte delas termelétricas, que darão suporte ao sistema, em caso de necessidade, como a que estamos passando nesse momento de escassez”.
Segundo o ministro, as usinas a gás natural, como a GNA 1 inaugurada hoje, tem um custo mais baixo. “É esse tipo de empreendimento que nós queremos e vamos ter no leilão de reserva de capacidade. É isso que nós estamos buscando para que o consumidor brasileiro não tenha só segurança energética, mas tarifas mais baratas de energia para o desenvolvimento socioeconômico do país”.
De acordo com Albuquerque, o presidente Jair Bolsonaro irá, em breve, a São João da Barra colocar a pedra fundamental da UTE GNA 2.
Recuperação
O governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro, afirmou que a inauguração da GNA 1 é motivo de orgulho para o estado que, segundo ele, começa a dar sinais de recuperação econômica.
Castro afirmou que o ambiente jurídico e de negócios e o ambiente político estão fazendo com que o Rio de Janeiro, “depois de dez longos anos de prejuízo, possa enviar amanhã (1º) a Lei Orçamentária, sem nenhum real de déficit. Está aprendendo a gastar aquilo que ele arrecada”.
De acordo com o governador, o Rio de Janeiro é o terceiro estado que mais gerou emprego formal no país, nos últimos meses. Em julho, foram quase 18 mil novas vagas com carteira assinada e, em agosto, o número chegou a 22.960 novos postos de trabalho formais.
“Isso não cai do céu, mas resulta de uma mentalidade de Estado”, assegurou.
“A união entre os três níveis de governo e o Parlamento inaugura uma era colaborativa, para sentar à mesa e descobrir a melhor maneira de fazer com que o empreendedor e a população tenham uma vida melhor”, concluiu Castro.