No Dia Mundial da Água, celebrado nesta quinta-feira (22), a notícia é boa para muitos mineiros que, em 2015, foram assombrados com o fantasma do racionamento por causa da crise hídrica. A intensa temporada de chuvas que atinge Belo Horizonte e região metropolitana, desde outubro do ano passado, colabora para que os níveis dos reservatórios Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores se elevem consideravelmente a cada dia. De acordo com a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), essas três barragens, que formam o Sistema Paraopeba e abastecem a região, estão com 94,8%, 44,1% e 80,9%, respectivamente, do total de suas capacidades de armazenamento.
Os números são superiores aos do mesmo período de 2017, quando Rio Manso tinha 79,6% de volume de água, Serra Azul, 37,8%, e Vargem das Flores, 61,4%. “Felizmente, essas chuvas dos últimos meses melhoraram muito o nosso armazenamento de água. No último dia 12, registramos 30 milhões de m³ a mais do que na mesma data no ano passado”, conta o diretor de Operação Metropolitana da Copasa, Rômulo Pirelli.
Outro fator de melhora nos níveis dos reservatórios deve-se à obra de captação das águas do Rio Paraopeba. Inaugurada em 2015, a construção permitiu o bombeamento de 5.000 litros de água por segundo, a fio d’água, para a estação de tratamento do Rio Manso. “Conseguimos captar 168 milhões de m³ somente com essa obra. Se não fosse esse feito, teríamos, hoje, cerca de 40 milhões de m³ proveniente das chuvas”, ressalta Pirelli. O total de água acumulada nas barragens atinge a marca de mais de 211 milhões de m³, bem acima dos 176 milhões registrados no ano passado e dos 150 milhões em 2016.
O profissional revela, ainda, que, mesmo que não chova nos próximos 18 meses e não haja captação de água do Rio Paraopeba, o volume armazenado atualmente é suficiente para vencer o próximo período de seca. “Estamos tranquilos em dizer que não faltará água em Belo Horizonte e região metropolitana. Não teremos rodízio nem racionamento nos próximos 20 anos graças à cheia dos reservatórios”, garante.
Preocupante
A Represa de Furnas, no Sul de Minas, está com apenas 30,43% de sua capacidade total. Este é o pior número desde 2015, quando o reservatório apresentou 15,65%, ápice de falta de água na região no mês de março. De acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA), a quantidade de chuva na foz do Rio Grande, que deságua no lago, tem sido insuficiente ao longo dos últimos anos para fazer com que o nível da represa aumente.