Ninguém quer se matar, o suicida quer calar uma dor que grita. Não será pelo julgamento, castigo ou recriminação que as discussões irão avançar, e por meio do acolhimento e da ajuda
por Paulo Braga
Setembro é o mês simbólico do levante das discussões sobre o auto extermínio – ou seja, suicídio.
É muito importante levantar o debate sobre esse tema, e o Brasil tem avançado muito. Entretanto, vemos um debate raso sobre o tema, nós devemos aprofundar e discutir esse problema de saúde pública de frente.
Nenhum país do mundo venceu doenças, surtos, epidemias e pandemias sem informação e dados seguros.
Mais de 90% dos casos de suicídio estão ligados à falta de saúde mental.
Muitos são os fatores que podem desencadear os transtornos mentais — bullying, vingança pornográfica, fake news, vícios, desilusões amorosas, histórico familiar, ansiedade etc.
A depressão é responsável pela maioria dos casos de auto extermínio. Ninguém quer se matar, o suicida quer acabar com uma dor.
Não devemos recriminar, culpar ou castigar alguém que apresente sinais que podem levar ao suicídio, e sim, acolher.
É falso que quem tem fé não se mata. Católicos, evangélicos, espíritas, budistas, umbandistas, judeus, islâmicos, se matam.
O padre Fábio de Melo, um dos popstar da fé da atualidade, se deparou com uma forte depressão. Ele falou abertamente sobre o tema, inclusive, nas redes sociais e na tv. O repórter, André Trigueiro perguntou ao padre – “onde estava o seu Deus no auge da crise?”, e o padre respondeu imediatamente – “Deus estava onde sempre esteve, eu é que não conseguia acessá-lo”.
Independente de qual a sua religião, todas acreditam na vida pós morte. Acreditam na eternidade da alma, na imortalidade do espírito.
Sempre ressalto que vivemos momentos felizes em nossa vida, no entanto, não somos felizes a todo momento. A dor e o sofrimento são um convite claro à evolução.
Nós temos que lembrar, a todo momento, que somos seres espirituais vivendo uma experiência na terra. Nós temos nossos deveres a cumprir, nossa existência não é vã.
Independente da sua fé, o amor, a bondade, a caridade, o respeito e o trabalho é que irão fazer a diferença na sua jornada da vida.
Se há sofrimento nesta terra, temos de entender que não será tirando a própria vida, que esses problemas se findarão. Pelo contrário, a jornada desta alma, deste espírito, passará por um grande sofrimento, até que receba uma nova chance de se redimir.
Se você conhece alguém que já tentou tirar a própria vida, cuide dessa pessoa. Pois a probabilidade de uma nova tentativa é enorme.
Espiritualmente, busque bons livros, bons filmes, boas músicas. Nossas palavras tem força, tem poder! A sua frequência é influenciada pelo seu ambiente.