O soldado da Polícia Militar Gilberto Novaes, suspeito de matar a ex-mulher a tiros em Santos Dumont, na Zona da Mata, e sequestrar a filha de 4 anos, foi preso quando pretendia fazer documentos falsos. O serviço de inteligência da Polícia Militar (PM) conseguiu identificar que ele viria a Belo Horizonte e os militares, em trajes civis, conseguiram prendê-lo nas imediações de um shopping popular no Centro da capital mineira. Já se sabe que Gilberto passou ao menos uma noite em BH em um motel na Região Centro-Sul. A menina estava com o policial no momento que ele foi detido e acabou resgatada. Ela recebe ajuda de psicólogos da PM e a família dela é aguardada.
A prisão do soldado foi devido ao incessante trabalho do serviço de inteligência da PM. Desde sábado, diversos batalhões foram mobilizados nas buscas. Os militares conseguiram informações de que o soldado viria a Belo Horizonte para adquirir documentos falsos. Policiais descaracterizados o identificaram e fizeram a prisão no Central da capital mineira, entre 14h30 e 15h. Ele estava com um mandado de prisão em aberto.
“Desde o acontecimento dos fatos, a PM não descansou para fazer a prisão do autor do homicídio, quanto, também, a recuperação da criança. Fazíamos o monitoramento em nível de inteligência para saber exatamente como fazer a prisão resguardando a criança. Isso aconteceu nas imediações do shopping Oiapoque. Tínhamos a informação que (o policial) buscava a produção de documentação falsa exatamente para poder tentar o anonimato. As investigações ditarão qual era o objetivo dele”, disse o major Flávio Santiago, chefe da sala de imprensa da Polícia Militar.
Para evitar a reação do soldado e resguardar a filha dele, os policiais descaracterizados tiveram calma no momento da prisão. “A PM fez essa a aproximação conseguiu fazer a prisão com a máxima tranquilidade até para diminuir a exposição dessa menina. Ela passa bem, já se encontra com o corpo psicológico da própria PM aguardando familiares para o desenrolar dos fatos”, contou o major.
O soldado foi encaminhado para uma companhia da PM, que não foi informado para resguardar a criança. A menina recebeu ajuda psicológica de militares e passa bem. Familiares dela foram contatados para vir a Belo Horizonte.
Noite na capital
As investigações ainda vão seguir para identificar como se deu a fuga do soldado. De acordo com a PM, já se sabe que ele passou ao menos uma noite em BH. Gilberto se hospedou em um motel na Região Centro-Sul. As apurações também vão identificar como a garota entrou no local. “Temos a informação que se hospedou em um motel nas imediações do BH Shopping. Estamos averiguando esta situação. O tempo que ele se encontra em BH ainda não podemos atestar. No processo investigatório isso irá se elucidar”, comentou Santiago. A polícia ainda procura a arma usada no crime e o carro usado na fuga.
As apurações também vão apontar quais são as causas do crime. As informações colhidas inicialmente, indicam que ele não estava satisfeito com a separação. Ao ser preso, segundo a PM, o soldado alegou problemas psicológicos.
Medidas protetivas
Gilberto teria atacado a mulher quando ela saiu de casa para receber comida encomendada. A polícia relata que o namorado da vítima disse que estava na casa quando o militar entrou armado na residência, disparou contra a mulher e saiu com a filha no colo. Ele informou que teve de se esconder atrás de um poste para se proteger quando ouviu os tiros.
O soldado utilizou o carro de um colega para não ser reconhecido. O proprietário do carro foi ouvido e disse que o militar trocou de veículo com ele dias antes. Não foi divulgado qual o motivo para a troca. De acordo com a PM, o policial estava afastado por problemas psicológicos e era ligado ao 29º Batalhão, de Poços de Caldas, no Sul de Minas. A vizinhança disse aos investigadores que as brigas entre Gilberto e Sthefania eram frequentes e brutais, motivo pelo qual ela pediu proteção à polícia.
Segundo o Major Flávio Santiago, a PM fazia o acompanhamento do caso desde o ano passado. “Fizemos diversos boletins de ocorrência de ameças e também visitas tranquilizadoras. Ela (a vítima) ligava para os militares que rapidamente deslocavam para dar segurança. Tomamos todas as medidas para ofertar ao ordenamento jurídico e ao processo de persecução criminal, informações, inclusive, que geraram a própria medida protetiva”, disse.
O militar já respondia um processo administrativa devido ao caso e estava prestes a ser expulso da corporação, de acordo com o major. “O processo exoneratório estava em andamento que inclusive culminou com o próprio afastamento psicológico dele. É importante frisar que a PM recolheu a arma que ele tinha, exatamente para dar segurança neste processo”, finalizou.