O Supremo Tribunal Federal (STF) realizou hoje (10) um seminário em comemoração ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, que é celebrado nesta sexta-feira. Os debates foram promovidos pelas ministras Rosa Weber, Cármen Lúcia, e a ministra aposentada Ellen Gracie.
Com o tema “Por estas e por outras”, as magistradas e personalidades convidadas debateram a Justiça sob a perspectiva feminina. Foram discutidos temas como a violência contra a mulher, conquista de espaço no trabalho e no empreendedorismo.
Para a ministra Rosa Weber, o objetivo do evento é promover a reflexão plural sobre temas cruciais para a sociedade. Segundo a ministra, as cotas de gênero são necessárias para garantir a conquista dos direitos das mulheres.
“Nós, mulheres, não delegamos nossa voz a ninguém. Fomos silenciadas por um longo inverno, e esse silêncio possibilitou a construção de um sistema social e político estruturalmente discriminatório. Temos, sim, de falar e de fazer nossas vozes serem ouvidas”, conclamou.
Na avaliação de Cármen Lúcia, o debate é uma oportunidade de dar voz as mulheres. Segundo a ministra, a violência e chagas sociais continuam ocorrendo no país após 30 anos de vigência da Constituição.
“Esse STF tem a função de guarda da Constituição. É bom que a gente saiba que guardar a Constituição não é apenas colocá-la em uma prateleira, é resguardar e exigir seu cumprimento”, afirmou.
Para Ellen Gracie, o Supremo deve ser o exemplo na promoção de uma sociedade justa, igualitária e inclusiva.
“Uma sociedade inclusiva não admite que grupos, gêneros e orientações sejam excluídas de qualquer atividade, porque o ser humano tem o direito de se desenvolver até o limite de suas capacidades. Cada ser humano é o repositório de uma riqueza inexplorada, que nós não sabemos até onde poderá ir”, comentou.
Também participaram do seminário a empresária Luiza Trajano, a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Maria Cristina Peduzzi, a embaixadora do Canadá, Jennifer May, e a presidente da Rede Sarah, Lúcia Willadino Braga.