Patrocinadora do clube mineiro Boa Esporte, que nesta sexta-feira (10) anunciou a contratação do goleiro Bruno, a empresa de suplementos alimentares Nutrends se diz “surpresa” com a incorporação do jogador ao elenco e diz que estuda que medidas tomará a partir de agora.
“Quando decidimos patrocinar o Boa Esporte o goleiro Bruno ainda não fazia parte do elenco e nem sequer havia qualquer sinalização de contratação. Nós como empresa não temos autonomia para interferir nos processos de contratação do time. Para nós também foi uma surpresa e já estamos vendo quais medidas poderão ser tomadas”, disse a empresa à Folha por meio de mensagem em uma rede social. Perguntada se estuda a interrupção de contrato, a empresa não respondeu.
A empresa tem sido hostilizada por diversos usuários nas redes sociais indignados com a contratação de Bruno.
“Quando vocês vão se posicionar sobre patrocinar um time que tem assassino? É esse o valor da empresa?”, “Patrocinando assassino. Que ridículo!”, são algumas das mensagens, que tem sido respondidas pela empresa com um texto padrão.
“A empresa Nutrends é somente patrocinadora do time e não participa do processo de contratação. Pra nós foi também uma surpresa e ainda não foi definido uma posição sobre esse assunto”.
Além da Nutrends, o Boa Esporte também conta com o apoio do grupo “Góis e Silva”, de propriedade de Rafael Gois, que foi candidato a prefeito de São Gonçalo de Sapucaí, em Minas Gerais, em 2017, mas teve a candidatura indeferida, e é considerado um dos políticos mais ricos do país; e da fornecedora de material esportivo Kanxa. Ambas as empresas também têm recebido xingamentos nas redes sociais.
O CASO BRUNO
Ex-goleiro de Atlético-MG e Flamengo, Bruno estava preso desde 2010, acusado de envolvimento no assassinato de Eliza Samudio. Ele foi condenado em 2013 a 22 anos e 3 meses de prisão, em regime fechado, por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver contra a ex-amante, além de sequestro e cárcere privado do filho que ele teve com Eliza.
O jogador recorreu da decisão, mas não teve recurso julgado. Ele estava preso por decisão de primeira instância há quase 7 anos. Na decisão tomada no dia 21 de fevereiro e publicada no dia 26 pelo Supremo, o ministro Marco Aurélio Mello julgou não haver sustentação jurídica para manutenção do encarceramento. Bruno responderá ao processo em liberdade.