
Um surto de sarampo infectou pelo menos 40 pessoas e está assustando visitantes e turistas dos parques da Disney, nos Estados Unidos. A maioria dos contágios aconteceu no Estado da Califórnia, mas outros infectados também têm procurado atendimento em Los Angeles, Washington e Colorado.
O Departamento de Saúde Pública da Califórnia reconheceu a epidemia e informou pela sua página na internet que o surto começou no mês passado, entre os dias 17 e 20 de dezembro no Disneyland Resort. De um total de 41 casos registrados, 36 informaram ter visitado os parques, sendo mais da metade crianças e adolescentes entre 1 ano e 19 anos.
O órgão informou que esse tipo de surto poderia acontecer em qualquer lugar onde há grande aglomeração de pessoas (aeroportos, restaurantes e lojas). “Nada poderia ter sido feito para evitar este surto, uma vez que o vírus está presente em muitas partes do mundo, e há pessoas sensíveis nos Estados Unidos”, afirmou o departamento norte-americano.
Desde 2010 os surtos da doença no Estados Unidos têm se tornado mais frequentes, segundo a assessora médica em infectologia do Grupo Fleury, Carolina Lázari. “Somente em 2014 foram registrados 23 surtos e 644 casos. Não é novidade. Pode ocorrer em qualquer lugar que tenha tido uma queda na cobertura vacinal, com pessoas suscetíveis e infectadas. No Brasil, a região com circulação mais intensa do vírus é a Nordeste, principalmente no Estados de Pernambuco e Ceará”, diz.
Por causa dos parques de diversão serem cada vez mais frequentados por brasileiros, desde 2006 já existe uma recomendação do governo brasileiro para que o turista se vacine, com pelo menos 15 dias de antecedência da viagem. “O sarampo é uma doença controlada no Brasil, mas como os casos importados voltaram a aparecer, alguns países adotaram essa recomendação”, afirma Carolina. No entanto, segundo a infectologista, não é exigida a comprovação de imunização para entrar no país.
A assessoria de imprensa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou em nota que, até o momento, o Ministério da Saúde não adotou nenhuma medida de controle. “Por outro lado, a vacina contra sarampo compõe o calendário de vacinação do Ministério da Saúde e todo cidadão deve manter sua vacinação atualizada”.
“Doença pode levar a morte”, diz
O sarampo é altamente contagioso e a única forma de prevenção é a vacina tríplice viral (engloba sarampo, caxumba e rubéola).
A transmissão começa antes do surgimento do principal sintoma – manchas vermelhas. “Antes disso, a pessoa costuma ter febre e sintomas catarrais, como tosse, nariz escorrendo e conjuntivite. Pacientes com esses sintomas devem procurar atendimento médico, pois a complicações podem evoluir para infecção no cérebro, pneumonia e até levar a óbito”, diz Carolina Lázari.