Ahmed Abu Khattala, suposto líder do ataque de 2012 contra o consulado americano em Benghazi, na Líbia, declarou-se inocente neste sábado (28), em uma audiência realizada após o suspeito ser levado a Washington.
Em uma sessão de apenas dez minutos em um tribunal federal de Washington, a promotoria acusou Khattala de somente um crime, conspirar para proporcionar apoio material e recursos a terroristas no ataque de 2012, que custou a vida a quatro americanos.
Khattala, que estava com uma roupa negra e sem algemas, declarou-se inocente em um breve depoimento, em tom calmo, traduzido por um intérprete.
O suspeito, que foi capturado há duas semanas em Benghazi por forças especiais americanos, solicitou a assistência consular da embaixada da Líbia nos Estados Unidos durante o processo, que deve durar meses.
A acusação decidiu ler unicamente uma acusação contra Khattala na audiência, mas indicou que podem ser acrescentadas mais nos próximos dias, segundo informou o FBI.
O Departamento de Justiça informou neste mês da existência de três acusações contra Khattala, entre elas conspirar para ajudar terroristas, e advertiu que poderiam ser apresentadas outras.
A acusação decidiu não apresentar hoje os outros dois crimes: o de “usar, transportar e possuir uma arma de fogo em relação com um crime violento” e o de “matar uma pessoa no curso de um ataque a instalações federais com o uso de uma arma de fogo ou arma perigosa”. Esta última acusação poderia significar a pena de morte.
“Agora que Ahmed Abu Khattala chegou aos Estados Unidos, enfrentará todo o peso do sistema de Justiça”, disse hoje o secretário de Justiça dos EUA, Eric Holder, em um comunicado.
“Provaremos, sem deixar lugar a dúvidas, o papel do acusado no ataque que matou quatro valentes americanos em Benghazi”, acrescentou Holder.
O juiz federal encarregado do caso, John Facciola, ordenou hoje a detenção sem fiança de Khattala e programou novas audiências para 2 e 8 de julho.