A taxa de desemprego subiu para 12,2% no primeiro trimestre deste ano, uma alta de 1,3 ponto percentual na comparação com o último trimestre de 2019. Isso significa que um milhão e 200 mil pessoas entraram na fila por emprego, o que leva o país a somar 12 milhões e 900 mil brasileiros sem ocupação.
O aumento, no entanto, era esperado porque, de acordo com os especialistas do IBGE, o primeiro trimestre não costuma sustentar as contratações feitas no final do ano anterior, já que muitas vagas são temporárias e sazonais.
Por enquanto, esses analistas afirmam que não é possível determinar que as medidas de isolamento social para conter a Covid-19, que estão afetando diversas atividades econômicas, tiveram impacto sobre os números, pois elas foram iniciadas em meados do último mês do trimestre.
Já a queda de 2,5 % no contingente da população ocupada foi recorde em toda a série histórica, com dois milhões e 300 mil de pessoas se tornando desempregadas ou deixando a força de trabalho, porque desistiram de encontrar uma ocupação ou por outros fatores como idade. E isso ocorreu principalmente no grupo que atuava na informalidade.
O recuo de 7% no emprego sem carteira assinada no setor privado e de 5,9% do trabalho doméstico também foi recorde. E apesar desse movimento ter feito a taxa de informalidade despencar de 41% para 39,9% na passagem entre os trimestres, o Brasil ainda tem 36 milhões e 800 mil pessoas trabalhando sem carteira assinada ou como autônomos e empregadores, sem CNPJ.
A pesquisa do IBGE aponta que também a quantidade de empregados com carteira assinada voltou a cair, 1,7 %, depois de ter apresentado ligeira alta no final do ano. Com isso, no trimestre encerrado em março, 572 mil pessoas deixaram de ter um emprego formal e o total nessa situação passou a 33 milhões e 100 mil de trabalhadores.
Diante do menor continente de ocupados, também foi recorde o total de pessoas fora da força de trabalho, ou seja, que não estavam trabalhando e nem procurando emprego. Estão nessa situação 67 milhões e 300 mil de brasileiros. Já os desalentados, aqueles que desistiram de procurar emprego depois de tentar, somaram quatro milhões e 800 mil, o que representa estabilidade na comparação entre trimestres e entre anos.
Por outro lado, a população subutilizada, que trabalha menos tempo do que gostaria, cresceu 5,6% com relação ao final do ano passado, mas caiu 2,5% na comparação com o primeiro trimestre de 2019.