Em apenas um dia de funcionamento, o Televacina – canal exclusivo de atendimento para esclarecer dúvidas da população sobre a vacinação contra a Covid-19 – recebeu 207 ligações, uma média de 26 telefonemas a cada hora do atendimento.
O serviço foi criado pela Prefeitura de Betim na última quarta-feira (26) e funciona de segunda sexta, das 8h às 17h.
Das 207 ligações recebidas, segundo a prefeitura, as dúvidas mais frequentes foram sobre quais comorbidades constam no Plano Nacional de Imunização (PNI), do Ministério da Saúde, e quais grupos prioritários estão sendo vacinados em Betim nesse momento.
De acordo com o Secretário adjunto de Assistência à Saúde de Betim, Hilton Soares, o Televacina agregará todas as informações sobre a imunização oferecida no município contra a Covid-19.
“Além dos tipos de vacinas disponíveis em Betim, o cidadão poderá se informar sobre as datas de aplicação, os públicos prioritários e os locais de vacinação. Também será possível esclarecer dúvidas sobre os cadastros abertos pela prefeitura para alguns grupos, como pessoas com comorbidades e trabalhadores da saúde”, explicou Soares.
A professora Simone de Vasconcelos aprovou a disponibilidade do serviço. “Acredito que é uma boa opção, pois ainda é meio confuso para as pessoas em geral qual grupo está sendo imunizado. Com o envio de vacinas de pouco a pouco, fica difícil assimilar quem está sendo vacinado naquele dia”, ponderou.
O Televacina Betim funciona pelo telefone (31) 3512-4910.
Essa não é a primeira vez que o município implanta uma central para tirar dúvidas da população. No ano passado, foi criado o Telecovid, que atendia moradores, comerciantes e a população em geral sobre dúvidas relacionadas à pandemia, como as medidas de precaução e qual unidade de saúde procurar em caso de apresentar os sintomas. A central também tira dúvidas sobre os decretos e auxilia profissionais da saúde.
Vacinação
Mesmo com o envio de poucas doses, Betim continuou, nesta semana, com a vacinação de pessoas com comorbidades entre 40 e 59 anos que já estavam cadastradas. O município aguarda o envio de mais doses para ampliar a aplicação, mas a baixa distribuição de vacinas prejudica o andamento da imunização.
Nesta semana, por exemplo, chegaram 2.340 vacinas da Pfizer (das 64.350 doses distribuídas pelo Estado), que foram utilizadas para imunizar pessoas com comorbidades de 40 a 42 anos.
Os idosos acima de 66 anos que estavam aguardando a segunda aplicação do Coronavac também tiveram, após dias de espera, seu ciclo vacinal completado.
A aposentada Odaísa Rinaldi, 66, ficou aliviada. “Graças a Deus eu consegui receber a segunda dose. Estou muito feliz. O pessoal da UBS Vianópolis me ligou para avisar. Agora, vou esperar passar os 14 dias para tomar também a vacina contra a gripe”, disse a aposentada.
Até o momento, 127.991 doses foram enviadas pelo governo do Estado para Betim. Desse total, 110.005 já foram aplicadas, ou seja, 85,9% do total recebido. Mesmo com alto índice de aplicação, há grupos prioritários que ainda não totalmente contemplados.
“Dentro dos critérios estabelecidos pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), a gente não consegue entender por que há uma discrepância tão grande na distribuição das vacinas. Para se ter uma ideia, nas forças de segurança, em um universo de 1.300 agentes, foram vacinados menos de 300. Há também trabalhadores da área da saúde aguardando vacina. No entanto, estamos vendo outros municípios já vacinando professores infantis. Acredito que o governo do Estado, como responsável por essa distribuição, deveria observar melhor esses critérios. Até porque, Betim faz parte da região metropolitana, a circulação de pessoas entre as cidades é grande, e os municípios teriam que vacinar no mesmo ritmo e proporção. Se formos observar a população em geral, a defasagem para Betim é de 68 mil doses a menos”, destacou o secretário municipal de Saúde, Augusto Viana.
O secretário afirmou que Betim conseguiu cumprir com a vacinação com as doses da Pfizer. “Mesmo sendo um imunizante que requer maior complexidade na logística, conseguimos cumprir com a aplicação total e esperamos a chegada de mais vacinas para fazermos a fila andar”, completou.
A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) já informou que o quantitativo de doses de vacinas contra a Covid-19 enviado a cada município é estabelecido pelo Programa Nacional de Imunização (PNI), coordenação competente dentro do Ministério da Saúde, a quem é atribuída também a definição dos grupos prioritários para cada etapa da vacinação. A pasta afirma ainda que a distribuição de doses leva em conta dados alimentados pelos gestores municipais nos respectivos sistemas de informações.