O presidente Michel Temer (MDB) anunciou na noite deste domingo (27) que manterá o desconto de R$ 0,46 em impostos no preço do litro do diesel por 60 dias. “Essa redução corresponde aos valores do Pis/Cofins e da Cide somados.” Inicialmente, o desconto duraria somente 15 dias, mas o governo decidiu atender a reivindicação dos caminhoneiros paralisados. “A partir daí, daqui a dois meses, só haverá reajustes mensais. Assim, cada caminhoneiro poderá planejar melhor seus custos e o valor do frete. É a chamada previsibilidade.”
Temer disse que o desconto será concedido “sem nenhum prejuízo para a Petrobras”, mas não explicou como o prejuízo será evitado.
O presidente também anunciou a edição de três medidas provisórias para atender pleitos dos grevistas. “Estou editando uma medida provisória para que seja cumprida em todo o território nacional a isenção do eixo suspenso nos pedágios em todas as rodovias do país. Assinei uma medida provisória para garantir aos caminhoneiros autônomos 30% dos fretes da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) e uma medida estabelecendo tabela mínima de fretes conforme previsto no projeto de lei 121, que está sob análise do Senado.”
“Gostaria de reforçar que as medidas negociadas e assinadas pelos ministros e pelas lideranças seguem valendo. Entre elas, apenas para citar uma, está o acordo de que não haverá reoneração da folha de pagamento do setor de transporte rodoviário de carga”, acrescentou o emedebista.
Com o anúncio, o presidente cobrou a volta dos caminhoneiros ao trabalho. “Fizemos nossa parte para atenuar problemas e sofrimentos. As medidas que acabo de anunciar atendem às reivindicações que nos foram apresentadas. Por isso, quero manifestar a plena confiança no espírito de responsabilidade, de solidariedade e de patriotismo”, declarou. “Os efeitos dessa paralisação na vida de cada cidadão me dispensam de citar a importância da missão de cada trabalhador do setor de cargas.”
As medidas foram adotadas após várias reuniões realizadas pelo gabinete montado para tentar encerrar a crise provocada pela mobilização dos caminhoneiros. “Nas últimas 48 horas, ao mesmo tempo em que nos esforçávamos para garantir abastecimentos essenciais, seguimos em conversas com líderes do movimento”, afirmou Temer.
No entanto, as medidas podem não garantir o fim da paralisação. Mais cedo, segundo reportagem do Estadão Conteúdo, nos grupos de WhatsApp de caminhoneiros, a ordem é manter a paralisação, pelo menos, até terça-feira (29). Por ora, a maioria concordou em liberar as estradas e continuarem estacionados em pontos estratégicos.
Em um vídeo que está circulando nos grupos de WhatsApp, representantes chamam, além dos caminhoneiros, veículos de passeio para parar as rodovias federais. Além disso, manifestações em pontos estratégicos das principais capitais também estão sendo organizadas.
Fonte: Uol