O vice-presidente da República, Michel Temer, enviou um discurso de 15 minutos a parlamentares de seu partido, o PMDB, em que fala como se o impeachment tivesse sido aprovado pela Câmara dos Deputados. A votação só está prevista para ocorrer no domingo.
No áudio, Temer diz estar fazendo seu primeiro “pronunciamento à nação”. Ele diz que decidiu falar “agora, quando a Câmara dos Deputados decide por uma votação significativa declarar a autorização para a instauração de processo de impedimento contra a senhora presidente”.
Confira aqui a íntegra do áudio:
O vice ainda afirma que “muitos me procuraram para que eu desse pelo menos uma palavra preliminar à nação brasileira, o que faço com muita modéstia, cautela, moderação mas também em face da minha condição de vice-presidente e também como substituto constitucional da senhora presidente da República”.
A assessoria de Temer confirmou a veracidade do áudio e disse que o vice o enviou “por acidente” aos aliados. “Trata-se de um exercício que o vice estava fazendo em seu celular e que foi enviado acidentalmente para a bancada”.
No áudio, Temer diz que é preciso ter em mente que ainda haverá “um longo processo pela frente”, se referindo à etapa do processamento do impeachment que ocorrerá no Senado. O vice ainda declara sua confiança nos senadores.
COMISSÃO
Nesta segunda-feira (11), a comissão da Câmara dos Deputados que avalia a instauração do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff se reúne mais uma vez.
A expectativa é que hoje seja votado o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impeachment da presidente.
O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, responsável pela defesa da presidente Dilma Rousseff disse, horas antes da votação do relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), que o parecer apresentado pelo parlamentar é a “peça de absolvição histórica da presidente”.
Mais cedo, na mesma sessão, durante discurso em que rebateu as críticas ao seu relatório, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) ressaltou o caráter político do processo de impeachment e disse não haver mais clima para a continuidade de Dilma Rousseff no poder.
Segundo o deputado do PTB, a presidente comanda um governo “autoritário”, “arrogante” e “falido”.
Jovair reafirmou ver “sérios indícios de cometimento de crime pela presidente da República” e “graves e sistemáticos atentados” cometidos por ela contra a Constituição na liberação de créditos suplementares sem autorização do Congresso e nas chamadas “pedaladas fiscais”, que são empréstimos feitos por bancos federais para cobrir despesas do Tesouro Nacional.
Ao iniciar a sessão da comissão do impeachment da Câmara, na qual será votado o parecer do relator -favorável ao afastamento de Dilma Rousseff-, o presidente da comissão, deputado Rogério Rosso (PSD-DF) disse que “qualquer previsão de resultado é futurologia”.
Folha de S. Paulo