Serviço Médico de Atendimento de Urgência contribuiu para a estruturação da Rede de Urgência e Emergência na região
Com informações da agência Minas
Nesta quarta-feira (3/7), mais de 612 mil pessoas de 26 dos 27 municípios que compõem a Região Ampliada de Saúde do Triângulo Norte completam um ano contando com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Quem mais ganha com a estruturação da Rede de Urgência e Emergência, que tem o Samu como um dos eixos organizadores, é a população.
Foram 8,7 mil horas de atendimentos com 119.572 ligações. Uma destas ligações para o 192, que gerou atendimento com deslocamento de veículo, é relatado pelo marido de E. C. L. V., de 31 anos.
“No dia 30 de abril, minha esposa estava sentindo uma dor de cabeça, que aparentemente não estava normal. Acionei o Samu, pensando que iria demorar, mas a equipe rapidamente chegou na nossa casa e a transportou para o Pronto Socorro de Patrocínio. Em menos de 24 horas, ela estava em Uberlândia para a realização de cirurgia, pois teve um aneurisma”, conta o familiar. “Ela já teve alta e hoje está em casa se recuperando. Se não fosse esse atendimento, provavelmente seria diferente”, reforça.
Os resultados positivos são descritos também pelos responsáveis envolvidos no processo de estruturação do serviço. “Tive o prazer de fazer parte do comitê de implantação e agora acompanho os avanços da Rede de Urgência e Emergência. No início das atividades foi necessário fazer uma campanha de conscientização sobre o Samu, pois a nossa população não sabia ao certo quando acionar o serviço, que é tão importante para salvar vidas”, observa o secretário de Saúde de Santa Vitória, Geraldo Xavier da Rocha Júnior.
Os benefícios financeiros podem ser descritos em alguns números, citando como exemplo o município de Santa Vitória, com quase 20 mil habitantes, que tem uma base com uma Unidade de Suporte Básico (USB) disponível, que já realizou 1.201 deslocamentos para transferência de pacientes. “O custo mensal de uma USB é de R$ 45 mil, e nós pagamos para o Consócio Público Intermunicipal de Saúde da Rede de Urgência e Emergência da Macrorregião do Triângulo Norte (Cistri), em torno de R$ 5 mil por mês. Antes do Samu tínhamos que contratar a R$ 4 mil a diária uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) móvel. A Unidade de Suporte Avançado (USA) nos atendeu neste período de um ano, 28 vezes, além de melhorar a assistência, gerou economia para o município de mais de R$ 100 mil”, completa o gestor municipal de Saúde.
Impacto Assistencial
Para a implantação do Samu, as Regionais de Saúde de Uberlândia e Ituiutaba foram responsáveis por desenhar a grade de referência de atendimento do serviço. O trabalho foi feito em conjunto com os secretários e as equipes das instituições de Saúde da região.
Estudos recentes foram realizados pela equipe técnica para dimensionar o impacto do Samu na rede assistencial da Saúde. “Os pacientes estão sendo regulados e transportados corretamente dentro da região, principalmente para os municípios de referência, que são Araguari, Patrocínio, Monte Carmelo e Ituiutaba. Apenas 4% dos encaminhamentos, pouco mais de mil pessoas, foram para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), que é o hospital de alta complexidade da região”, explica Bruna Betiatti, referência técnica da Urgência e Emergência da Regional de Saúde de Uberlândia.
Outro dado relevante na região coberta pelo Samu é a redução de óbitos com relação ao Acidente Vascular Cerebral (AVC) e ao Infarto Agudo do Miocárdio (IAM). Um ano antes da sua implantação, cerca de 47% dos pacientes atendidos com AVC iam a óbito, e após o Samu, este índice caiu para 29%. A mesma redução ocorre no IAM, em que antes do Samu, 85% dos pacientes atendidos iam a óbitos e, nos últimos 12 meses, a taxa de mortalidade está em 63%. “O atendimento adequado e o encaminhamento correto do paciente para a Unidade de Saúde de referência tem reduzido as sequelas e os óbitos dessas duas linhas de cuidado que são tão importantes”, conclui a referência técnica.
Corpo de Bombeiros
Segundo dados levantados pelo Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (Cobom-MG) de Araguari, Ituiutaba e Patrocínio, houve uma redução de 48% nos Atendimentos Pré-Hospitalares (APH), considerando um ano antes e um ano após a implantação do Samu. Desta forma, o Corpo de Bombeiros otimiza recursos humanos e materiais para os demais serviços prestados pela corporação, como busca e salvamento e controle e prevenção de incêndio.
Os papéis do Corpo de Bombeiros e do Samu são complementares no Atendimento Pré-Hospitalar. “O Samu atende aos casos de Urgência e Emergência e os Bombeiros fazem o trabalho complementar, como o resgate em situações de risco e outras ocorrências de saúde de menor gravidade”, explica Betiatti.
A parceria entre Corpo de Bombeiros e Samu gera resultados positivos também no transporte aéreo. O helicóptero para prestação do suporte aéreo médico para as regiões do Triângulo Mineiro e Noroeste fica em Uberaba e, em 2019, já atendeu doze ocorrências de saúde no Triângulo Norte.
Samu Triângulo Norte
Abadia dos Dourados, Araguari, Araporã, Cachoeira Dourada, Campina Verde, Canápolis, Capinópolis, Cascalho Rico, Centralina, Coromandel, Douradoquara, Estrela do Sul, Grupiara, Gurinhatã, Indianópolis, Ipiaçu, Iraí de Minas, Ituiutaba, Monte Alegre de Minas, Monte Carmelo, Nova Ponte, Patrocínio, Prata, Romaria, Santa Vitória e Tupaciguara.