Uma mulher que estava no avião com o ministro do STF Teori Zavascki, que caiu em Paraty (RJ), sobreviveu ao desastre, mas morreu afogada.
Os mergulhadores caíram no mar em busca de sobreviventes cerca de 40 minutos depois do acidente. A mulher –cuja identidade não foi revelada– estava viva e batia no vidro. Os bombeiros não conseguiram socorrê-la a tempo.
Os corpos da mulher e de três homens permanecem na água, devido à dificuldade de retirá-los dos destroços. Um deles é Carlos Alberto Filgueiras, 69, dono do hotel Emiliano.
Juiz da corte desde 2012, Teori era responsável pelos casos da Lava Jato que envolvem pessoas com foro privilegiado, como congressistas e ministros. Ele trabalhava na fase final da análise da homologação da delação da Odebrecht, o maior acordo de colaboração da operação.
A reportagem da Folha foi de barco à área. Os destroços estão a 400 metros ao norte da ilha Rasa, terceira ilha de Paraty em relação ao continente.
É um local de intensa movimentação turística. A rota das escunas que levam visitantes para passeios a ilhas e praias da região fica a poucos metros dos destroços –que estão a cerca de 1,5 km do centro histórico de Paraty.
Segundo o pescador Wallace da Guarda Castro, 23, o acidente aconteceu por volta de 15h. Um barco de pesca que passava perto da ilha Rasa viu a aeronave com o bico para fora e acionou a Marinha. Ainda conforme as testemunhas, dois barcos pesqueiros içaram o que restou do avião, que ficou para fora da água. Mas a Aeronáutica em seguida orientou que os destroços fossem devolvidos à água, para não atrapalhar na perícia.
Há oito barcos no local, da Marinha, do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil. Um helicóptero sobrevoa o local.
O barco da Marinha estava em Angra dos Reis e foi acionado para auxiliar no resgate.
A região de Paraty foi atingida por uma forte tempestade na noite de quarta (18). A chuva parou um pouco pela manhã e recomeçou com força por volta das 13h30 desta quinta –voltando a diminuir do meio para o final da tarde.
O ACIDENTE
A aeronave, prefixo PR-SOM, havia saído do Campo de Marte, em São Paulo, às 13h01. Segundo a Infraero e Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), ela pertence à Emiliano Empreendimentos e Participações Hoteleiras, dona do hotel Emiliano.
A Capitania dos Portos teria sido acionada às 13h45 desta quinta. Logo, militares da Marinha, Bombeiros e até barcos pesqueiros iniciaram o trabalho de buscas pela aeronave.