Um gol sofrido em quatro jogos na Copa do Mundo Rússia 2018, e apenas seis em uma sequência de 25 jogos desde que o técnico Tite assumiu a Seleção Brasileira. Apenas uma derrota neste período. Em entrevistas, os jogadores brasileiros usam a expressão “saber sofrer” para explicar a manutenção do ótimo desempenho do sistema defensivo do Brasil. Capitão na vitória contra o México por 2 a 0, o zagueiro Thiago Silva é um dos pilares deste ótimo aproveitamento na Copa. O camisa 2 explica que o termo significa a percepção do time sobre os momentos em que são necessários os esforços coletivos durante o jogo. E elogia o papel de toda a equipe na estrutura de defesa, que começa lá no ataque.
– O número é bom (Poucos gols sofridos). Para nós defensores é muito gratificante sair de cada jogo sem sofrer gols, com a equipe fazendo lá na frente. É o trabalho que vem sendo feito no dia a dia que está sendo importante. Mas acredito que não é só o setor defensivo que tem tido êxito. Os nossos jogadores do ataque também têm tido grande parcela de compreensão (do sofrer junto). Hoje eu citei o Jesus, mas também tem o Neymar, o Coutinho, que tem corrido 11 quilômetros por jogo. Isso mostra o comprometimento de toda a equipe – elogia.
Ao lado de Miranda, Thiago Silva se consolida na defesa do time de Tite, e tem demonstrado futebol que beira à perfeição do ponto de vista técnico para a sua posição. O zagueiro, no entanto, justifica seu bom momento com a atuação da Seleção como um todo.
– Em determinados momentos você sofre, mas tem o entendimento para todo mundo sofrer junto. Felicidade grande de estar fazendo uma grande Copa, equipe está crescendo a cada jogo. Espero que para o jogo das quartas de final a gente possa estar ainda mais preparado, porque quando vão chegando as vitórias, automaticamente, a confiança aumenta , mas que isso faça com que a gente mantenha os pés no chão de continuar da mesma maneira. Continuar com esse comprometimento até o último minuto.
Agora o Brasil terá a Bélgica pela frente, equipe que possui um dos melhores ataques da Copa do Mundo. Para Thiago, um grande desafio já que o Brasil não enfrentou esta equipe durante a fase de preparação.
– A Bélgica é mais difícil de avaliar porque nós não tivemos o enfrentamento, mas sabemos que é uma equipe com qualidade técnica incrível com grandes jogadores, vai ser um jogo resolvido no detalhe e não tenho dúvida que será um jogo muito mais difícil para a gente.
Entre os números positivos da melhor defesa da Copa do Mundo estão o de finalizações sofridas. Foram apenas quatro na direção do gol de Alisson até agora. Ao todo, foram 12 bolas bloqueadas pelos defensores brasileiros.
Miranda ressalta também a qualidade das peças de reposição do Brasil na Copa para explicar o bom desempenho atrás. O camisa 3 destaca as entradas dos dois laterais Fágner e Filipe Luís. A dupla soube aproveitar a oportunidade e manteve o nível de seus antecessores.
– Aqui na Seleção só tem jogadores de grandíssimo nível. Todos esperando uma oportunidade. Não só o Fagner e o Filipe. Todos aqueles que vêm entrando estão aproveitando a oportunidade.
Nesta Copa do Mundo, o Brasil já precisou em campo, além de Fágner e Filipe Luís, de Fernandinho, Renato Augusto, Douglas Costa, Marquinhos e Roberto Firmino. Este último, inclusive, autor do segundo gols brasileiro na vitória sobre o México. É a força do sistema coletivo do Brasil.
CBF