Os trabalhadores das escolas particulares de Minas Gerais anunciaram uma paralisação para a próxima quinta-feira (11/5). Já nessa segunda-feira (8/5), a categoria aprovou o estado de greve, após rejeitar uma proposta de reajuste proposta pelo Sindicato das Escolas Particulares de Minas Gerais (Sinepe/MG).
Representantes dos professores e dos auxiliares da administração escolar reivindicam reajuste salarial e reclamam não haver aumento há anos.
Conforme as categorias, em 2020 não houve recomposição. Já em 2021 e 2022, o reajuste não foi suficiente para repor a perda da inflação. Assim, segundo o sindicato, a defasagem salarial já se acumula em 20,01%.
“Os professores estão indignados com o desrespeito com que estão sendo tratados”, afirma a presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais (Sinpro-MG), Valéria Morato. “Afinal, são três anos de desvalorização de nossa categoria, apesar dos aumentos constantes das mensalidades”, frisou.
Ainda segundo o Sinpro-MG, o Sinepe/MG ofereceu 4,36% de aumento, parcelado em duas vezes, em abril e em outubro. O índice ainda estaria condicionado à aceitação pela categoria de divisão da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e redução do adicional por tempo de serviço de 5% para 3%. Além disso, o sindicato patronal ainda exige o fim da isonomia salarial entre trabalhadores de uma mesma escola.
“Não vamos nos curvar ao desrespeito, os professores estão dispostos a garantir o que é deles por uma luta histórica e por valorização profissional e salarial”, afirma Valéria. “O patronal vai à contramão do que está sendo discutido em âmbito nacional sobre direitos dos trabalhadores. Querem nos dividir e enfraquecer a categoria, mas não vão conseguir”, concluiu.
Em nota, o Sinepe/MG afirmou que está sempre atento às deliberações das assembleias dos sindicatos das categorias profissionais.
“Em nossas históricas interações, há décadas, as negociações acontecem de forma aberta e equilibrada, em busca de soluções fundamentadas em diálogos e conversações, dinâmicas e detalhadas, envolvendo os interesses, as realidades e os limites apresentados pelos nossos representantes e pelos representantes dos profissionais que trabalham em nossas instituições de ensino. Em todos esses anos, conseguimos ajustar, adequar e orientar respostas e soluções que atenderam as partes e geraram acordos pontuais.”
A entidade informou ainda que nesta terça-feira (9/5) acontece mais um encontro entre as comissões responsáveis pelas negociações, de ambas as partes.
"Confiamos nas ótimas possibilidades de acordo. O momento atual de nossa economia, como todos vêm acompanhando, não reflete uma situação muito favorável para aqueles que empreendem e geram emprego e renda. Junte-se a isto, o recente evento da pandemia, que gerou o desparecimento de várias instituições de ensino em nosso estado e, por conseguinte, a extinção de empregos relevantes em nosso setor.”