Em meio a uma grande comoção, a Polícia Civil investiga se o assassinato de João Paulo de Moura Rocha, 27, o DJ Paulinho, um dos artistas mais populares do segmento em Belo Horizonte, teve motivação passional.
A vítima foi executada com nove tiros, na porta de casa, na rua Olavo Bilac, no bairro Santa Mônica, na região de Venda Nova, na capital, na noite dessa segunda. Nas redes sociais, o crime repercutiu entre fãs e foi um dos assuntos mais comentados no Twitter em todo o Brasil.
O corpo foi enterrado na tarde desta terça (18) no cemitério Bosque da Esperança, na região Norte, na presença de ao menos 500 pessoas. A polícia trabalha com pelo menos cinco hipóteses de motivação para o assassinato. “Não descartamos nem tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). Estamos com policiais nas ruas apurando os fatos, e toda investigação ainda está bem no início”, afirmou o chefe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa, delegado Wagner Pinto.
A corporação informou que a hipótese de crime passional é a mais estudada, já que nos últimos dias o músico – que era casado e deixou um filho de 5 anos – teria sido visto, em um bar de Belo Horizonte, conversando com uma mulher casada com um traficante, segundo uma fonte da investigação. “A informação que chegou para a gente é que o fato revoltou esse rapaz (o traficante), que então decidiu se vingar, com ajuda de comparsas. É uma hipótese bastante forte”, afirmou.
Outros rumores também indicam que a mulher e o traficante em questão seriam do Rio de Janeiro, o que foi negado por investigadores do caso em Minas. A Polícia Civil fluminense informou, por assessoria, desconhecer o caso do DJ mineiro.
Sobre o crime
Segundo a Polícia Militar (PM), o músico retirava engradados de cerveja de sua caminhonete Toyota Hilux, com a porta da garagem de casa aberta, quando dois homens em uma motocicleta passaram, o chamaram e começaram a atirar. Após ser atingindo pelos primeiros disparos, Paulinho caiu no chão.
O suspeito que estava na garupa, então, desceu do veículo e disparou outras vezes. A vítima foi atingida seis vezes na cabeça, uma na nuca, uma nas costas e uma no ombro direito.
“Após atirar, os dois homens deram uma volta no quarteirão e passaram novamente em frente a Paulinho, para verificar se ele tinha morrido mesmo. A mulher do DJ estava dentro de casa e não viu nada. Quando ela saiu, começou a gritar, desesperada”, contou um vizinho, sob anonimato.
Segundo outro morador da rua onde crime ocorreu, a motocicleta já estaria circulando na região desde o fim de semana. “Eu e outros moradores já tínhamos visto essa motocicleta aqui. Para mim, esse crime já era planejado. Ontem (nessa segunda) escutei o irmão dele dizer para a mãe: ‘Falei para ele parar de andar com pessoas erradas. Deu nisso’. Acho que tem muita coisa nessa história”, disse. Familiares não quiseram falar com a reportagem.
Cenas do crime registradas pelas duas câmera de segurança da casa da vítima estão sendo analisadas pela Polícia Civil. Uma das informações que os investigadores conseguiram era que a moto possui placa do Rio de Janeiro, mas a corporação não confirma a informação oficialmente.
Enterro
Bordão. O sepultamento do DJ Paulinho, na região Norte da capital, contou com a presença de cerca de 500 pessoas, inclusive fãs, que o homenagearam usando o bordão dele, “Vai, Paulin”.