Em 2018, Belo Horizonte fincou o pé como um dos melhores destinos para o Carnaval do Brasil, mas os foliões experimentaram situações que apontam que ajustes ainda precisam ser feitos para não estragar o brilho da folia: oferta de banheiros químicos e transporte coletivo capaz de atender a demanda.
“Teremos os números (de crescimento do Carnaval) na próxima segunda-feira, mas acredito que superamos as expectativas em todos os sentidos, inclusive de público”, disse nesta quarta-feira (14) o presidente da Belotur, Aluizer Malab. Apesar da avaliação positiva, ele reconhece a necessidade de ajustes nos dois pontos.
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Para Malab, as deficiências em relação aos banheiros foram mais uma questão logística do que de oferta. Sobre o transporte, ele aponta para a possibilidade de alternativas gratuitas. “Não avalio que o número de banheiros foi insuficiente. Mas existe ainda um desafio grande de logística. Demorava um pouco para chegar ao local”, disse. Segundo o presidente da empresa de turismo, o número de banheiros químicos disponibilizados neste ano dobrou em relação a 2017. Foram 14 mil unidades em 2018.
Malab reconheceu que o transporte ainda é um desafio no Carnaval da capital. “Temos que colocar mais (transporte público) em circulação e até pensar em gratuidade no ano que vem”, disse.
A engenheira Renata Meal foi a cinco blocos nos quatro dias de folia e contou que percebeu a falta de banheiros na concentração de um deles: “Chegou depois do horário da concentração”.
O produtor do bloco Alô Abacaxi, Bruno Perdigão, confirmou o problema de logística: existia banheiros, mas a disposição não atendeu o que havia sido combinado com a prefeitura. “Faltou (banheiro) demais e só tinha no começo dos trajetos e no final”, reclamou Isabelle Cristine Fraga, que atuou na bateria de seis blocos.
“Na segunda-feira, tentei voltar para casa de ônibus da Savassi e, mesmo com trânsito liberado na avenida Cristóvão Colombo, não passava ônibus”, contou a professora Renata Pedrosa. Esse foi o mesmo problema vivido pela estudante Graziele de Souza, 14, na volta para casa. “Estava lotado demais”, disse.
Segurança
Segundo a Polícia Militar, houve uma redução de 40% nas ocorrências de crimes violentos neste Carnaval em relação a 2017. “Houve uma redução, em Belo Horizonte, de quase 40% nos crimes violentos. Uma redução histórica, valendo-se, inclusive, do aumento da população flutuante. É claro que (é um dado) ainda a ser confirmado e chancelado, mas empiricamente já podemos atestar”, disse em entrevista nesta quarta-feira à radio Super Notícia FM, o major Flávio Santiago, chefe da assessoria de imprensa da corporação. O presidente da Belotur, Aluizer Malab, salientou que em 2017 também houve queda de ocorrências policiais de 43% frente 2016. “A gente direciona o Carnaval para uma atmosfera de muita segurança”, afirmou.
Sem lixeira
A falta de lixeiras sujou o Carnaval de Belo Horizonte, segundo foliões. “A prefeitura não forneceu lixeiras maiores e aquelas pequenas não suportam o público, por isso o chão ficou tão sujo”, opinou a gerente comercial e integrante da bateria de blocos carnavalescos Isabelle Cristine Fraga. “A cidade já tem pouca lixeira no dia a dia. No Carnaval, piora”, concordou a professora Renata Pedrosa. O produtor do bloco Alô Abacaxi, Bruno Perdigão, valorizou o trabalho da SLU. “Neste ano, eles limparam as ruas tanto antes como depois dos blocos”, disse.