O Transtorno Opositivo Desafiador — TOD— é caracterizado por um padrão global de desobediência, comportamento hostil e desafio.
Não é difícil nos depararmos com crianças desobedientes, impulsivas e que fazem birra como frequência. Comportamentos opositivos temporários como esses fazem parte do desenvolvimento das crianças em determinada faixa etária, entretanto é preciso ficarmos atentos.
Sinais de TOD
A criança ou adolescente com TOD discute demasiadamente com adultos, não se responsabiliza por sua má conduta, tende a culpar fatores externos ou pessoas por seu comportamento agressivo e hostil, apresenta muita dificuldade em obedecer regras, e perde facilmente o controle quando as coisas não saem conforme planejou. São crianças ou adolescentes que não sabem lidar com a menor frustração. Além disso, as crianças ou adolescentes com TOD costuma apresentar comportamento ressentido, mostrando-se muitas vezes como rancor e ideias de vingança.
Os pais por vezes se sentem intimidados perante o comportamento agressivo da criança devido à dificuldade em lidar com a situação, o que pode gerar a impressão de que é mais fácil desistir do que tentar contornar a manifestação de raiva da criança.
Porém quando não tratado, o transtorno pode evoluir para outros problemas de conduta na adolescência. Do mesmo modo, ao aprender a lidar com suas emoções e tendo o apoio de pais e responsáveis é possível amenizar a situação.
Conviver com crianças ou adolescentes com TOD, em geral, é uma tarefa muito difícil, pois argumentam a cada ordem, são difíceis de se convencer ainda que a lógica mostre que suas opções e escolhas estão claramente equivocadas.
Devido os comportamentos hostis, desafiadores e agressivos, essas crianças e adolescentes frequentemente são discriminadas, perdem amigos, oportunidades e até deixam de ser convidadas para festas e passeios inclusive familiares.
Sintomas do TOD de acordo com o Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSMV.
- Acessos de raiva frequentes
- Discute com frequência com adultos, particularmente com adultos que fazem parte de sua rotina, como pais, parentes e professores Recusa-se a trabalhar em grupo
- Não aceita ordens
- Não realiza deveres escolares
- Não aceita crítica
- Tem baixa autoestima
- Quer tudo ao seu modo
- Perturba outros alunos
- Responsabiliza os outros por seu comportamento hostil
- É frequentemente rancoroso ou vingativo
- Demonstrou comportamento rancoroso ou vingativo pelo menos duas vezes nos últimos seis meses.
Ao perceber os sintomas, os pais devem procurar ajuda profissional, incluindo psicólogo, psiquiatra ou neuropediatra.
O tratamento do TOD é multidisciplinar exigindo auxílio médico, psicológico e suporte escolar. Além do mais, para eu seja mais eficaz, é necessário que filhos e pais estejam inseridos nessa dinâmica, pois é necessário reparar o relacionamento entre o adulto e a criança, desse modo, todos precisam mudar seus padrões de comportamento para então compartilharem de uma relação saudável.
Como lidar com o Transtorno Opositivo Desafiador
Seja objetivo e claro em relação as regras – Olhe nos olhos da criança, evite agressividade e mantenha uma postura firme. Isso irá ajudar a diminuir o comportamento de oposição e a compreender a importância de se respeitar as regras e figuras de autoridade.
Seja exemplo – Os adultos servem de modelos para as crianças que tendem a reproduzir o comportamento dos pais. Portanto, um ambiente familiar organizado e afetuoso proporciona referências saudáveis para a criança.
Elogie mais – Muitas vezes os pais castigam constantemente as crianças e estes se mostram ineficazes. É mais viável elogiar os acertos e ressaltar as características positivas da criança.
Interagir energicamente com a criança num momento de agressividade pode fazer com que a situação saia do controle. Tente fazer com que ela entenda que seu comportamento não está adequado e que ela pode agir de outra forma, porém de forma calma e clara.
Ao lidar com uma criança ou adolescente com TOD, tenha em mente que ela convive com uma condição de saúde que precisa de apoio, afeto e orientação profissional e lembre-se que ela não tem culpa de viver essa situação.
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Daniela Lourenço Miranda Cortes — Psicóloga
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