Minas Gerais. Cerca de 6 mil agentes da região do Triângulo Mineiro e outras regiões do estado devem participar do protesto contra o governador Romeu Zema na próxima segunda-feira (21.fev.2022). Os agentes buscam a recomposição salarial referente às perdas inflacionárias — o acordo foi firmado em 2019.
O protesto ocorrerá na Praça da Estação, em Belo Horizonte, à partir das 9h.
O diretor regional da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (ASPRA), o subtenente da Polícia Militar (PM) de Uberaba, William Souza, disse à rádio JM de Uberaba, que cerca de 15 mil manifestantes devem comparecer. A entrevista foi cedida à emissora na última sexta-feira (18.fev.22).
“Em âmbito estadual até esse presente momento estão confirmados 105 ônibus. Nós temos catalogados seis mil pessoas do interior e 9 mil pessoas de Belo Horizonte. De Uberaba nós estamos indo com uma comissão dos veteranos da PM, com os policiais civis e os policiais penais.
Como motivo do protesto, o diretor da ASPRA considerou que em 2019 Zema firmou um compromisso com a categoria de reposição de perdas inflacionárias do salário. “Ele concedeu três parcelas, sendo que pagou apenas uma parcela e ficou faltando duas parcelas. Então essa manifestação é para solicitar que o governador do estado cumpra o que ele prometeu em 2019. Se ele (Zema) não tivesse dinheiro na época, os secretários iriam assinar o compromisso com a segurança pública”, questionou.
No final de 2020, o governador enviou à Assembleia o Projeto de Lei nº 1.451/20, que previa recomposição de 41%, dividida em três parcelas, sendo 13% em julho de 2020, 12% em setembro de 2021 e 12% em setembro de 2022. A reportagem questionou o Governo de Minas sobre qual o posicionamento do Governo de Minas frente à manifestação dos agentes de segurança do estado, bem como se a categoria enviou informações do protesto como horário e expectativa de número de pessoas. Por meio de nota, o governo mineiro destaca que com a adesão ao RRF, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais.
Posicionamento do Governo de Minas
“O Governo de Minas mantém diálogo aberto com todas as categorias, levando em conta as necessidades dos servidores e o importante trabalho prestado por eles ao Estado.
Mesmo diante a todas as dificuldades financeiras enfrentadas e aprofundadas pela crise sanitária da pandemia, em 2020, foi concedido reajuste de 13% para as forças de segurança. Com a adesão ao RRF, projeto que aguarda análise da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), o Estado terá condições de aplicar a recomposição da inflação nos salários de todas as categorias do funcionalismo público, e dar continuidade ao pagamento das dívidas herdadas, como os repasses para os municípios e os depósitos judiciais. Atualmente, as despesas obrigatórias do Estado ultrapassam 100% da arrecadação na maior parte dos anos e a perspectiva é que elas permaneçam próximas desse patamar. O Governo de Minas tem se dedicado para conseguir, mesmo nesse cenário, trazer melhorias para os servidores, pois reconhece o trabalho valoroso que eles prestam”.