Com saldo positivo de 1.071 vagas de empregos, outubro foi o melhor mês de 2016 na criação de postos de trabalho em Uberlândia, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) nessa quinta-feira (24). A melhora da perspectiva política influenciou na contratação, principalmente entre os comerciantes e prestadores de serviço.
Outubro foi apenas o segundo mês com resultado positivo na criação de emprego em 2016 no Município. O outro mês foi abril, quando foram abertas 209 vagas. O último mês ainda teve resultado melhor que outubro de 2015, quando o resultado positivo não passou de 727 postos de trabalho abertos. Os bons número do Caged para o mês anterior, melhorou o saldo do ano em Uberlândia, que permanece negativo, com 1.824 demissões a mais que contratações, só que melhor que o resultado em igual período de 2015. Naquela época, o saldo anual era negativo de 1.977 vagas.
Os melhores resultados vieram do comércio, com a abertura de 282 postos, agropecuária, com 280 novas vagas, e construção civil, que criou 265 empregos. Dos oito setores cujos resultados são pesquisados pelo MTE, apenas das indústrias de transformação e extrativa mineral tiveram resultados negativos na evolução do emprego em outubro.
Momento
Segundo a gerente político-institucional da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), Núbia Carvalho, o momento político fez com que o empresariado se sentisse mais otimista e mais seguro para investir, o que aumentariam as contratações. “Não se trata de um governo específico, mas a definição do processo de saída ou permanência de Dilma Rousseff. Além disso, estamos com dois bons momentos de vendas que são a Black Friday e o Natal, disse Núbia Carvalho. Ela lembra também que as contratações do último mês seriam, principalmente, de reposição de demissões de meses anteriores.
Decepção
A indústria de transformação teve o pior resultado de outubro dentro do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No último mês, 21 vagas de emprego foram fechadas no setor com 637 demissões e 616 contratações. Ainda que os demais setores tenham investido em admissões, o economista Leonardo Baldez explicou que as empresas do setor dependem do resultado do varejo para voltar a contratar.
É preciso que o comércio venda para que as indústrias sejam demandadas novamente. E a perspectiva para o especialista é que a contratação para as fábricas não aconteça em 2016, como foi o mês de outubro para outros setores. “Neste ano a indústria não cresce. Dependendo dos resultados de novembro e dezembro, o emprego na indústria volta a crescer no ano que vem”, disse Baldez.
Saldo negativo
Em outubro, 74.748 vagas formais foram fechadas em todo o País. Os setores que tiveram as maiores perdas de postos de trabalho foram construção civil, com 33.517 postos fechados, serviços, que saldo negativo de 30.316 vagas e agricultura, que extinguiu 12.508 postos. A perda de empregos ficou abaixo da registrada em outubro de 2015, quando houve fechamento de 169.131 vagas. No acumulado do ano, o Caged contabiliza 751.816 postos a menos. Nos últimos 12 meses, o País acumula 1,5 milhão de postos de trabalho suprimidos.
Estado
Minas Gerais segue a tendência nacional e terminou o último mês com 5.889 vagas de empregos formais fechadas. No ano, o saldo chega a 55.180 demissões a mais que contratações. Em outubro, a agropecuária puxou o resultado negativo, com 6.141 contratações a menos que desligamentos. O único setor com saldo positivo no Estado foi o comércio, que abriu 2 mil postos de trabalho.