Os europeus não querem disputar um Mundial de Clubes com 24 participantes, como foi proposto pela Fifa. Em Moscou, dirigentes da Uefa apontaram que não são favoráveis à ideia, alegando que ela seria o início de uma super liga e que obrigaria times de diversos países a abrirem o calendário para mais jogos.
A proposta de Gianni Infantino, presidente da Fifa, é acabar com o formato atual do torneio de clubes. Ele sugeriu que a competição poderia substituir a Copa das Confederações a partir de 2021.
Entre as propostas debatidas, está a realização do torneio com representantes de todos os continentes. Mas, dos 24 times, apenas cinco seriam sul-americanos. Pela lógica, disputariam a competição os quatro últimos campeões da Libertadores, além de mais um clube com base num ranking da Conmebol.
A proposta tampouco agradou os dirigentes da Conmebol. Mas por outros motivos. A entidade insistem em ter o mesmo número de representantes que a Uefa e exigem novas reuniões antes que a ideia seja aprovada. O temor dos cartolas é de que haja uma consolidação cada vez maior da Uefa dentro da Fifa, empurrando os sul-americanos para uma condição de coadjuvantes.
Para os especialistas em marketing da Fifa, um número maior de sul-americanos poderia afetar o interesse de patrocinadores, já que os últimos anos registraram um domínio total dos europeus na disputa pelo título de melhor clube do mundo.
Pela proposta, 12 participantes viriam da Europa. Isso incluiria os quatro últimos campeões, os vices e outros quatro melhor posicionados nos rankings. O torneio, portanto, teria um forte componente da Liga dos Campeões, justamente para tentar atrair o interesse de patrocinadores.
Na lista de uma competição com base nos atuais campeões, estariam classificados gigantes como Real Madrid, Barcelona, Juventus, Bayern de Munique, Paris Saint-Germain e Manchester City. Mas times como Manchester United, Milan, Chelsea e Inter ficariam de fora.