Termina nesta sexta-feira (26/01) o prazo para inscrições na próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (SiSU). Essa é uma das formas para ingresso nos cursos de graduação da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), conforme as regras estipuladas pelos editais específicos constantes no portal da Pró-Reitoria de Graduação (Progad). Uma das novidades implantadas pela UFU para o SiSU 2018 diz respeito à homologação das matrículas dos candidatos que se autodeclararem pretos, pardos ou indígenas no ato da inscrição.
Para terem direito às vagas reservadas a esses cotistas, os aprovados pelo SiSU precisarão anexar ao formulário on-line de matrícula na UFU, além da cópia em formato de imagem (JPEG, JPG ou PNG) do documento pessoal, uma foto e um vídeo lendo o texto de autocleração gerado automaticamente a partir dos dados informados no sistema. No caso de indígenas, será necessário anexar uma cópia do Registro Nacional de Nascimento de Indígena (Rani), também em formato JPEG, JPG ou PNG. Os candidatos cotistas aprovados para a UFU na chamada regular do SIsU deverão realizar estes procedimentos entre os dias 5 e 7 de fevereiro.
“Esta dinâmica já foi utilizada por nós e obteve ótimos resultados nos últimos processos seletivos da Escola Técnica de Saúde (Estes) e dos cursos ofertados na modalidade de Ensino a Distância (EaD). As fotos e os vídeos são avaliados por membros da Comissão para a Diversidade Étnica, que observam as características fenotípicas – como a cor da pele, os formatos do rosto, do nariz e dos lábios e a textura do cabelo – para homologar ou não a matrícula do candidato na modalidade de cota informada por ele em sua autodeclaração. Dessa forma, eliminamos a necessidade da vinda à UFU para uma entrevista presencial, fato que dificultava o ingresso de candidatos de outras localidades, além de poder gerar uma pressão e uma sensação de constrangimento”, explica o técnico Alexsandro Mariano, um dos membros da equipe de Tecnologia de Informação da Prograd responsável pelo desenvolvimento do novo sistema.
Utiliza-se uma plataforma virtual totalmente responsiva, que se adapta para o acesso tanto via computadores convencionais quanto por notebooks, tablets ou aparelhos celulares. Outra vantagem apontada pelo analista de TI diz respeito ao aumento da agilidade do processo. “Nas entrevistas presenciais, precisávamos de dois dias para fazer a verificação dos dados informados nas autodeclarações de 300 candidatos. Já com esse novo método conseguimos checar o mesmo volume de homologações em cerca de 4 horas”, compara, acrescentando que a primeira análise é feita por três membros da comissão e os eventuais recursos, por outros três – todos eles, membros da comunidade acadêmica da UFU.
Pioneirismo
De acordo com o pró-reitor de Graduação, professor Armindo Quillici Neto, esta comissão é atualmente constituída por 12 pessoas, ou seja, o dobro de componentes da época em que foi responsável pela homologação dos candidatos inscritos como PPIs no último vestibular realizado pela UFU.
“Por lei, não é permitido que haja membros permanentes nesta comissão. Por isso, contamos com a ajuda do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) para fazermos um trabalho de seleção e captação de novas pessoas que trabalham e estudam esta temática étnico-racial”, exemplifica.
Quillici informa, ainda, que o sistema desenvolvido na UFU é uma novidade no Brasil e tem perspetivas de ser adotado em breve por outras instituições públicas. “A Lei de Cotas para o Ensino Superior é sempre um tema que gera muita polêmica e esta é uma das ferramentas que foram idealizadas para evitar fraudes e fazer com que apenas quem realmente tenha direito a isso possa ingressar em um curso de graduação por meio das vagas destinadas aos cotistas. Nossa experiência tem obtido bons resultados e, por isso, pode servir de modelo para outras universidades”, comenta o pró-reitor.
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