Encontrado morto nesse domingo (11/6), o empresário Samuel Ebert Melo, de 41 anos, era conhecido por ser uma pessoa que trabalhava muito, mas que sempre conseguia um tempo para estar perto de seus amigos. Ele teria viajado até o Rio Grande do Sul para cobrar uma dívida de R$ 5 milhões por uma venda de veículos. O corpo estava enterrado em um terreno no litoral norte do estado gaúcho, próximo à cidade de Santo Antônio da Patrulha. Dois suspeitos estão presos, um deles, o parceiro empresarial do mineiro.
Samuel era dono de uma concessionária que revendia diversos tipos de carros, desde populares até veículos mais caros, no bairro Jardim Industrial, em Contagem, e tinha três filhos. O mais velho, de 15 anos, mora nos Estados Unidos.
Amigos há mais de seis anos, o também empresário Júlio César conta que o rapaz sempre conseguia um tempo para conversar com seus amigos mais próximos. “Ele era supercorreria, trabalhava muito, mas também era um amigo presente”, disse.
Júlio disse que ficou assustado com a notícia do desaparecimento e que o passar dos dias foram angustiantes para todos que acompanhavam o caso. “A gente sabia que era difícil encontrá-lo com vida, mas não perdemos a esperança”, contou.
Apesar de ter avisado os amigos sobre a viagem, Samuel não disse o motivo de sua ida ao Rio Grande do Sul.
Para a reportagem, Júlio explicou que as visitas do empresário até o Sul do país estavam acontecendo com frequência e que o suspeito do crime já teria vindo a Belo Horizonte. “Essas viagens eram recorrentes nos últimos meses. Acho que ele chegou a ir lá umas três vezes, mas ele nunca falou o motivo. A gente não sabia que tinha todos esses problemas financeiros”, explicou.
“O suspeito do crime chegou a vir até BH uma vez. Conhecemos ele, sabemos o rosto. Ele conheceu o grupo. Jamais imaginávamos que isso ia acontecer”, completou.
Relembre o caso
Samuel estava desaparecido desde o último dia 2. Ele viajou até Novo Hamburgo e se hospedou em um hotel no bairro Hamburgo Velho. Ele marcou um encontro com o suspeito e, ao chegar no local, não encontrou os carros que deveriam estar à venda na cidade. Em mensagem enviada aos familiares, Samuel avisou que ele e o sócio iriam até Santo Antônio do Patrulha, na Região Metropolitana de Porto Alegre, para ver os veículos, que estariam em um galpão localizado na cidade. O mistério começou no retorno, no início da tarde.
Samuel fez contato com a família pela última vez no dia 2, por volta das 13h30. Depois disso, não mais se teve notícias dele, o que fez com que a família acionasse a polícia gaúcha. Na manhã do dia 3, o pai, o irmão e o cunhado de Samuel chegaram a Novo Hamburgo e registraram o desaparecimento na Polícia Civil.
O empresário tinha reserva no hotel até o dia 4. Ele foi visto pela última vez por volta das 13h10, em imagens do circuito de segurança de um posto de combustíveis em uma estrada de Taquara, município da Região Metropolitana de Porto Alegre.
No mesmo dia, o parceiro comercial de Samuel em Novo Hamburgo foi preso. O homem, que não teve a identidade informada, tem passagens pela polícia por estelionato, posse ilegal de arma e supressão de documentos. Além dele, a polícia também prendeu, no sábado (10/6), um comparsa, suspeito de participação no crime.
O corpo de Samuel foi encontrado na manhã desse domingo (11/6) em uma área de mata na cidade de Santo Antônio da Patrulha, onde o sócio da vítima morava. Ele foi localizado perto de uma casa abandonada, com marcas de tiro. Nessa mesma casa, foram encontrados restos de lona de caminhão, o que fez com fosse levantada a suspeita de que o mineiro já estaria morto e tivesse sido enrolado para ser enterrado.
Enterro
O corpo será velado na manhã desta terça-feira (13/6) no Cemitério Parque da Colina, no bairro Nova Cintra, região Oeste de Belo Horizonte. O velório está programado para começar às 11h, e o enterro, às 13h. A informação foi confirmada por amigos e familiares da vítima.