“Uma das músicas que mais gosto é ‘Era uma Vez’. Ela me inspira e me faz lembrar do meu passado. Cantar tira toda a angústia”. Apesar da pouca idade, Ryany Gabriele, 13, fala com propriedade daquilo de que gosta, das experiências pelas quais passou e do que espera para o futuro. “Eu tenho muitos sonhos. Quero cantar, ser detetive e escritora”, diz ela.
Assim como Ryany, diversos adolescentes têm não somente feito planos, mas até mesmo reaprendido a sonhar e a enxergar as muitas possibilidades para a própria história, por meio de oficinas, como a de Canto Coral, oferecidas pelo Instituto Árvore da Vida (IAV), que também conta com oficinas de percussão, esportes, atividades de formação humana, entre outras. A associação sem fins lucrativos é composta e dirigida por membros da comunidade Jardim Teresópolis, em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Tudo começou há 14 anos, quando a Fiat Chrysler Automóveis (FCA) iniciou um projeto social no local, que fica nos arredores do Polo Automotivo Fiat, em parceria com as ONGs Associação Voluntários para o Serviço Internacional – Brasil (AVSI-Brasil) e Cooperação para o Desenvolvimento e Morada Humana (CDM). Atualmente, o programa, que se transformou em algo da comunidade para a comunidade, ainda recebe o apoio da FCA e já beneficiou mais de 22,2 mil moradores da região.
Outra favorecida pelo instituto é Aparecida Soares, 45, que, por meio da Cooperárvore, outra iniciativa, recebe, junto a outras mulheres da comunidade, doações da FCA e de seus fornecedores de cintos de segurança e aparas de tecido automotivo. O material é transformado em acessórios como bolsas e mochilas. Atualmente, a filha de Cida, como ela é chamada, Francielle Soares, 20, a acompanha no trabalho. “Estou aqui há 11 anos. Gosto muito. Eu percebi que muita coisa pode ser reaproveitada. Também tenho um sentimento bom em relação ao que fazemos para ajudar na preservação do meio ambiente”, afirma Cida.
Preservação. Aliás, se “sustentabilidade” é uma das palavras de ordem dos dias atuais, a Fiat conta com uma série de ações nesse sentido. Para se ter uma ideia, quando se trata do reúso de água, por exemplo, 99,6% retorna para o processo produtivo da empresa. Esse alto índice, porém, precisou de muito trabalho para ser alcançado. E isso antes mesmo de a palavra “sustentabilidade” estar tão em alta como hoje.
“Esse é o grande segredo, talvez a grande força que temos com o meio ambiente dentro da nossa organização. A nossa empresa não começou com ações nessa área hoje. Iniciou na instalação de uma fábrica em 1976, que teve a capacidade de criar tubulações separadas em esgotos industriais, esgotos biológicos e esgotos fluviais. Em 1976, a gente já imaginava que isso, no futuro, seria importante. Isso é estar na vanguarda”, destaca Neylor Bastos, gerente de meio ambiente, saúde e segurança de trabalho da FCA para a América Latina, que acrescenta, ainda, que esse processo tem sido contínuo.
Além disso, a empresa também possui a Ilha Ecológica. O Polo Automotivo Fiat foi a primeira fábrica do segmento automotivo do Brasil a destinar 100% dos resíduos gerados para a reciclagem e a reutilização, desde o ano de 2011. Um dos grandes diferenciais da Ilha é a usina de reciclagem de isopor. Uma tecnologia criada pela Fiat reduz em 50 vezes o volume do material. Os pequenos grãos de plástico oriundos do processo são enviados para uma empresa de reciclagem e utilizados na fabricação de produtos como canetas e capas de CDs, por exemplo.
A eficiência energética é outro foco da organização. Entre as ações tomadas pela empresa estão a implementação de um moderno sistema de gerenciamento de energia, substituição de tecnologia de fornos a vapor por gás natural na pintura e utilização de motores de alto rendimento em toda a fábrica, entre outras.
Valorização da educação. A Fundação Torino foi criada em 1975, em Belo Horizonte, ano anterior ao da criação da primeira fábrica da Fiat no país. Inicialmente, o objetivo era oferecer estudos aos filhos dos colaboradores da montadora em uma escola italiana. Rapidamente reconhecido como uma referência, o local passou a atender também os estudantes brasileiros. Hoje, atua como escola internacional, capaz de receber estudantes de qualquer nacionalidade.
A Fundação Torino tem, além da escola regular, um centro de línguas em três locais da capital mineira: Belvedere, Prado e praça da Liberdade. Referência no ensino e cultura italiana, atualmente também oferta aulas de inglês, por meio de uma parceria com a Oxford University. (JS)