Três estudantes da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) foram detidos na madrugada dessa segunda-feira, 28, pela Polícia Militar (PM). Eles são suspeitos de agressão a militares, após confusão em uma festa no bairro Santa Mônica, zona Leste da cidade.
De acordo com o boletim de ocorrências, a PM foi chamada por vizinhos por conta do barulho que os estudantes causavam na rua João Pereira da Silva, às 22h30. Uma viatura teria chegado ao local e pedido para que o som da festa fosse cessado, mas o dono da casa, identificado como Vilmar Martins Júnior, não teria atendido e foi detido por desobediência.
A universitária Flávia Gabriela Franco Mariano, 21 anos, também foi presa por desacato aos policiais, que relataram no boletim que ela os xingou de “vagabundos” e “canalhas”.
Um terceiro estudante, de 30 anos, Fauster Vitor Martins foi detido acusado de agredir um cabo da PM com socos e chutes no momento em que os outros estudantes eram conduzidos para a viatura. Ainda de acordo com a PM, outro policial foi agredido por várias pessoas ao tentar conter a multidão que impedia a prisão do aluno.
Flávia Gabriela contestou o relato do boletim de ocorrências. De acordo com ela, os estudantes obedeceram ao pedido da PM de cessar o som e finalizaram a festa, contudo, disse que os policiais queriam entrar na casa para retirar os estudantes de lá. Para ela, a ação foi exagerada e truculenta. “Fizemos o que eles pediram, mas mesmo assim disseram que iriam entrar. Foi aí que eu pedi um mandado e neste momento me levaram presa”, disse Flávia Gabriela Franco Mariano. Ela negou que tenha xingado os policiais.
A reportagem do CORREIO de Uberlândia ainda tentou falar com o dono da casa, Vilmar Martins Júnior, mas ele se recusou a dar entrevista, dizendo apenas que não vai conversar com a imprensa. O outro envolvido, Fauster Vitor não foi localizado.
Todos os envolvidos na ocorrência foram ouvidos e liberados pelo delegado de plantão. Os suspeitos aguardarão a finalização do inquérito em liberdade.
Segundo o reitor da UFU, Alfredo Júlio Fernandes Neto, a confusão não implica em nenhum tipo de punição para os estudantes da parte da universidade, uma vez que o fato foi registrado fora do horário de aula e do campus universitário.
Grupo de estudantes levou o caso até o MPE
Um grupo de cinco estudantes que teria se ferido durante a ação da Polícia Militar, após a confusão no bairro Santa Mônica, vai fazer exame de corpo de delito para atestar as possíveis agressões. Eles ainda procuraram o Ministério Público Estadual para uma audiência com o promotor Genney Randro, com o intuito de denunciar os militares que participaram da ocorrência na noite desta segunda-feira.
De acordo com o boletim de ocorrências 17 policiais participaram da ação, que não foi considerada abusiva pelo comandante do 17º Batalhão de Polícia Militar Ten. Cel. Wesley Barbosa. “A reação foi de acordo com a ação dos estudantes, que agrediram os policiais. Não podemos confundir abuso com uma reação enérgica”, afirmou.