Depois de quatro dias com horários especiais, a promessa era de que os ônibus da capital e da região metropolitana voltassem a circular com horário normal nesta terça-feira (29), mas nos pontos, usuários encontraram muita demora e enfrentaram coletivos lotados.
O administrador Stéfano Machado, de 28 anos, esperou duas horas pelo ônibus 8208 (Santa Cruz/ Uni-Estoril) na manhã desta terça. Previsto a cada 25 minutos, o coletivo não passou e ele acabou desistindo.
“Simplesmente não passou, e eu voltei para casa. Não sei se chegou a passar depois”, contou. Do apartamento de Machado, é possível ver a garagem dos ônibus no Estoril, na região Oeste, e o local estava lotado de veículos. “Durante o dia, normalmente, a garagem fica super vazia. Só fica cheia de madrugada”, contou.
O auxiliar de logística Gustavo da Silva, de 28 anos, reclama que a linha 633, que sai da Estação Vilarinho e vai para o bairro Jardim dos Comerciários, em Venda Nova, não está circulando no horário normal de dia útil.
“Ninguém explica o motivo para tanto atraso. A BHTrans mentiu pra cidade toda. O ônibus não está rodando normalmente. Está passando de hora em hora e as filas estão enormes na estação”, diz.
Procurada pela reportagem, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da capital (SETRA-BH) informou que não há problemas de desabastecimento dos ônibus. Segundo o sindicato, devido à greve dos metroviários, muitos coletivos foram deslocados de seu itinerário original para atender as regiões por onde o metrô passa.
A BHTrans afirmou que a operação do transporte coletivo em Belo Horizonte “segue normal”. Segundo a empresa, no meio da manhã, alguns ônibus do sistema foram deslocados para reforçar o atendimento nas estações São Gabriel e Vilarinho em virtude do aumento da demanda pela paralisação da operação do Metrô. Conforme a BHTrans, algumas linhas, como as que fazem ligação com a Cidade Administrativa, foram suspensas devido à decretação do ponto facultativo pelo Estado.