A Polícia Federal (PF) concluiu que empresários e outros moradores de bairros de luxo de Belo Horizonte caíram no golpe da “falsa vacinação”. O grupo que tentou furar a fila da imunização, e pagou para receber as doses de forma ilegal, não teve a vacina contra a Covid-19 injetada nos braços.
“Posso afirmar que não era vacina. Tudo indica que era soro, mas isso não tem como comprovar”, declarou uma fonte ligada ao inquérito. O caso veio à tona em março deste ano, depois que imagens mostraram uma fila de empresários recebendo injeções na garagem de uma empresa de ônibus, na região Noroeste da capital.
O líquido foi aplicado por Cláudia Torres, que se passava por enfermeira, mas que não é formada da área. Conforme as investigações, cada dose do suposto imunizante foi comprada por R$ 600. A suspeita chegou a ser presa, mas já está solta.
A previsão da PF é de concluir o caso em breve. “Nos próximos 20 ou 30 dias”, revelou a fonte. Quando isso ocorrer, a corporação deve convocar uma coletiva para detalhar sobre a participação de cada envolvido. Até o momento, a falsa enfermeira, um dos filhos dela e um genro foram indiciados por formação de organização criminosa e por falsificar produtos medicinais, mas todos aguardam a conclusão do inquérito em liberdade.
Ainda não há informações se as pessoas que compraram o falso imunizante vão responder por algum crime, nem se elas apresentaram alguma reação adversa após a aplicação do falso imunizante. Mas tudo caminha para que o grupo não responda por nenhum delito na Justiça, já que tomaram prejuízo e não se beneficiaram com a falsa vacinação.