A partir de março deste ano os chamados veículos pesados, como caminhões e carretas, serão proibidos de trafegar em horários específicos no Anel Rodoviário na capital mineira. É o que garante o prefeito Alexandre Kalil (PHS). Nesta quarta-feira (10), ele se reuniu em Brasília com o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, para discutir o assunto. A medida tem como objetivo prevenir graves acidentes na via como aquele que matou três pessoas em setembro do ano passado, quando uma carreta desgovernada atingiu nove carros na altura do bairro Betânia, na região Oeste de Belo Horizonte.
De acordo com a prefeitura, o plano que definirá os detalhes da restrição, estipulando os horários em que os veículos não poderão circular no Anel e os locais onde eles ficarão estacionados durante o impedimento, ainda está em fase de elaboração pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), em conjunto com as polícias Rodoviária Federal (PRF) e Militar Rodoviária (PMRv).
A expectativa do prefeito é a de que o projeto fique pronto em março e, no mesmo mês, entre em vigor. “Os planos estão sendo desenvolvidos e já asseguramos a proibição do tráfego pesado no máximo a partir de março deste ano”, afirmou Kali, pelo Twitter.
Acabo de sair do gabinete do Ministro dos Transportes. Vim sacramentar a cobrança de um projeto para o Anel Rodoviário. Os planos estão sendo desenvolvidos, e já asseguramos a proibição do tráfego pesado no máximo a partir de março deste ano.
— Alexandre Kalil (@alexandrekalil) 10 de janeiro de 2018
Como o projeto está em desenvolvimento, a BHTrans ainda não divulgou detalhes sobre a restrição. Procurada pela reportagem, a empresa apenas reiterou o que disse o presidente da BHTrans, Célio Bouzada, no ano passado, durante a primeira reunião do grupo de trabalho para definir medidas de segurança para o Anel. De acordo com Bouzada, a restrição de circulação dos veículos pesados entrará em vigor, inicialmente, no trecho do Anel administrado pela Via 040, entre o bairro Olhos D´Água – entroncamento com a BR-356 – e a avenida Amazonas.
Desde o começo de seu mandato no ano passado, o prefeito Alexandre Kalil quer que a prefeitura assuma a administração do Anel Rodoviário, que hoje é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O órgão é criticado devido à demora de manutenção na rodovia palco de inúmeros acidentes.
Em nota, o Dnit informou que o diretor de Planejamento e Pesquisa do departamento, André Martins, e o Superintendente Regional de Minas Gerais, Fabiano Martins Cunha, participaram da reunião com o ministro dos Transportes e Alexandre Kalil. A pasta disse que vai acompanhar o grupo de trabalho técnico que definirá as restrições para veículos pesados no Anel Rodoviário e verificará “os reflexos no trecho sob sua administração”.
Dois dias após a tragédia que matou três pessoas em setembro de 2017, a prefeitura protocolou uma Ação Civil Pública contra a União, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e a Via 040 – concessionária responsável pela administração da BR-040 e de parte do Anel Rodoviário. No processo, Kalil solicitou que os recursos federais para a manutenção do Anel sejam transferidos para a PBH. A intenção do prefeito é a de que a BHTrans e a Guarda Municipal de Belo Horizonte cuidem da rodovia.
A reportagem de O Tempo perguntou ao Dnit sobre uma possível transferência da administração do Anel Rodoviário para a prefeitura de Belo Horizonte, no entanto, a pasta não respondeu ao questionamento.
Atualizada às 19h10.