Depois de quatro dias de greve, os efeitos da paralisação dos caminhoneiros nas rodovias do país se intensificam em diferentes setores na rotina dos brasileiros. Até o momento, há 451 pontos de interdição nas rodovias do país, 45 deles em Minas Gerais. Mas quem são os manifestantes e o que eles querem? Saiba quais são as motivações da greve e como ela foi planejada.
Quem são
O protesto que começou na segunda-feira não tem uma liderança específica. A greve foi se consolidando de maneira espontânea, pelo boca-a-boca e principalmente pela articulação dos motoristas pelo WhatsApp.
A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), representante legal dos caminhoneiros em âmbito nacional, é uma das envolvidas, mas não pode ser apontada como uma liderança do movimento. Outros sindicatos aderiram ao protesto, como o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Minas Gerais (Sinditac-MG), a Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam) e a União Nacional dos Caminhoneiros do Brasil (Unicam).
Quem passa pelo bloqueio
De acordo com o Sinditac-MG, não há uma recomendação geral de quem passa ou não pelo bloqueio, mas na maioria dos pontos, apenas caminhões, carretas e outros veículos de carga estão sendo retidos. Ambulâncias e carros de passeio estão passando pela maioria das manifestações.
Não há regra também para o tipo de produto que está sendo levado. Até mesmo veículos carregados com alimentos perecíveis estão sendo parados em alguns bloqueios. No Ceasa, em Contagem, região metropolitana de Belo Horizonte, não há mais estoque de ovos, por exemplo.
Reivindicações
A principal reivindicação dos manifestantes é a queda do preço do óleo diesel, combustível usado pela maioria dos veículos de grande porte.
Os caminhoneiros questionam a variação de preço que flutua de acordo com a cotação do dólar e o valor do petróleo no mercado internacional. Eles pedem que o governo estabeleça uma regra para os reajustes do produto.
Outras pautas foram somadas às reivindicações, como o pagamento de pedágio. Os motoristas querem a isenção do pagamento relativo aos eixos suspensos quando o caminhão está vazio.
Os manifestantes defendem também a aprovação do projeto de lei 528, que cria uma política de preços mínimos para o frete e o marco regulatório para caminhoneiros. Isso evitaria a frequente situação que os caminhoneiros passam, quando fazem a estimativa do frete e, durante o trajeto, o preço do combustível aumenta, invalidando os cálculos prévios.
Quando pode acabar
A Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam) informou na manhã desta quinta-feira(24), que o movimento de paralisação da categoria só terminará quando a redução de impostos dos combustíveis for publicada no Diário Oficial da União (DOU). A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa da entidade que mencionou que o movimento “não acredita mais nas promessas do governo” e que, por isso, a paralisação só terminará quando a decisão “virar lei”.