O presidente da Câmara de Nova Serrana, na região Oeste de Minas, Osmar Santos (Pros) foi detido no domingo (18) após quebrar uma porta da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do município. Ele pode responder por dano ao patrimônio e desacato.
De acordo com Santos, o incidente ocorreu depois de funcionários da UPA não transferirem um paciente de 17 anos que estava com sintomas de infarto. “Empurrei a porta e acabou arrancando. Não deveria acontecer, mas aconteceu”, disse ao O TEMPO.
O vereador afirma que a Prefeitura de Nova Serrana tem convênio com Hospital Santa Mônica, de Divinópolis, para casos emergenciais. “Eu fui barrado e mesmo assim entrei na unidade e procurei o responsável. Ele disse que não era possível atender (o paciente) por causa da troca de turno. Então ele fechou a porta na minha cara”, afirmou o parlamentar.
Ainda segundo o vereador, o adolescente chegou por volta das 17h30 de domingo na UPA e foi transferido ao hospital Santa Mônica às 22h. “Conversei com o pai dele e ele disse que o caso é gravíssimo”, disse.
Na tarde desta segunda-feira (19), a Câmara de Nova Serrana publicou uma nota de esclarecimento no site oficial da Casa. Trecho da nota diz que o vereador Osmar Santos agiu por “impulso”. “…por já ter passado por esta situação, o próprio vereador e seu irmão acometidos de infarto, o vereador reagiu por impulso e entrou na unidade forçando uma porta que foi danificada”. Santos nega que tenha desacatado servidores da UPA.
A secretária de Saúde de Nova Serrana, Gláucia Sbampato, afirmou que o paciente foi atendido de maneira correta. “Ele (vereador) queria que colocasse na ambulância e batesse nos hospitais atrás de vaga, o que seria crime. O paciente chegou e foi reanimado”, afirmou a secretária.
De acordo com ela, os familiares do paciente não acionaram o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) quando o adolescente de 17 anos passou mal. Eles chamaram o Corpo de Bombeiros.
“Se chamam o Samu, ele seria atendido por um médico no local e encaminhado para emergência de Divinópolis. Mas chamaram os Bombeiros, que nos acionaram. Quando o paciente chegou, o médico ficou 40, 50 minutos tentando reanimá-lo. Quando a equipe conseguiu reanimar o paciente, começou a buscar vaga em algum hospital pelo SUS. Foi quando ocorreu a confusão”, disse a secretária.
A Prefeitura de Nova Serrana analisa o caso para saber se tomará providências judiciais contra o vereador.