O vereador e ex-diretor da Fundação de Turismo, Esporte e Lazer (Futel), Márcio Nobre, foi indiciado pela Polícia Civil de Uberlândia por falsificação de documento particular relacionado com a realização de um casamento comunitário feito em outubro de 2013.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Polícia Civil, em Belo Horizonte, que informou que o inquérito foi concluído na última sexta-feira e remetido à Justiça nesta quarta-feira (8) com o pedido de indiciamento pelo crime previsto no artigo 298 do Código Penal.
A reportagem também procurou o vereador, que informou não ter recebido nenhuma notificação ou ter acesso às peças do processo. Uma entrevista sobre o assunto foi concedida à imprensa, na manhã desta quinta (9) na Câmara Municipal de Uberlândia
Na ocasião, Márcio se manifestou. “É muito lamentável! Estou sendo vítima de um processo, de uma conduta de um ex-assessor do gabinete, que era responsável em conduzir esse evento. Esse evento chegou agora à 10ª edição em que nós nunca utilizamos um centavo de recurso público. Não esperava isso e vou enfrentar com a maior tranquilidade a minha defesa, porque em nenhum momento eu falsifiquei qualquer tipo de documento. Neste momento, defendo que se apure até fim”.
A reportagem da TV Integração entrou em contato com o assessor de gabinete da época, André Hilário, que informou estar viajando e que irá se pronunciar sobre o assunto assim que retornar. Disse, também, que está tranquilo com a situação e que a polícia já apurou o que ocorreu.
Evento foi alvo de investigação
O casamento comunitário ocorreu no dia 19 de outubro de 2013 com 350 casais no Ginásio do Sabiazinho. Na época, Márcio Nobre era presidente da Câmara e foi responsável pela organização do evento. Ele esclareceu que a Instituição Cristã de Assistência Social (Icasu) ficou responsável em administrar uma verba de R$ 136 mil repassada pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Uberlândia, mas a instituição alegou que não participou do evento e que devolveu o dinheiro aos cofres públicos.
Menos de um mês depois, o caso foi parar no Ministério Público Estadual (MPE). Desde 2013, a Promotoria investiga a suspeita de superfaturamento e falsificação de documentos.
Em março deste ano, Nobre foi chamado à Delegacia de Polícia Civil para prestar depoimentosobre o caso e afirmou que não se envolveu diretamente na negociação com prestadores de serviço e nem usou o dinheiro público que foi repassado pela Prefeitura no casamento. “Foram os parceiros que sempre custearam o casamento comunitário. Toda vida o evento foi custeado por instituições, empresas e demais apoiadores”, disse.
Ele acrescentou que não participou do processo de negociações e que uma pessoa do gabinete dele era quem fazia o procedimento. Outro ponto investigado pelo MPE foi a promoção pessoal. Na página do evento, o telefone e endereço de contato eram os do gabinete do vereador, bem como os panfletos e convites da cerimônia que também usavam a imagem dele.
G1 / Caroline Aleixo