Um parlamentar da Câmara Municipal de Ituiutaba foi preso em flagrante nesta quarta-feira (24), por suspeita de esquema de concussão — ‘rachadinha’. O esquema consistia na devolução de parte do salário do assessor ao vereador.
Pastor Amaury (PSD) foi preso pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado — GAECO. Um assessor do parlamentar procurou o órgão e denunciou o esquema.
Segundo o Promotor Daniel Marotta, o funcionário era obrigado a devolver devolver 60% da remuneração. “Ele relatou essa situação, de que todos os pagamentos que ele recebia, ele tinha que devolver uma parte deste pagamento para o vereador. Sessenta por cento — mais ou menos— do salário. O assessor entregou ao vereador essa quantia, nós imediatamente adentramos o local e pudemos fazer a apreensão de todo numerário”, disse o promotor ao repórter Rafael Ferreira.
O assessor teria sacado R$ 2.100,00, fotografado as notas e comunicado que faria o pagamento nesta quarta-feira (24). Vereador Amaury, representante do povo tijucano, alegou que o dinheiro era para quitar despesa da igreja.
Conforme as investigações, o parlamentar exigia, semelhantemente, a tomava de parte dos salários dos assessores de gabinete.
Ainda de acordo com informações do promotor, o assessor devolvia cerca de R$ 4 mil à R$ 4.500,00 por mês ao pastor Amaury. Ao todo, surpreendentemente, o esquema teria rendido aproximadamente R$ 130 mil ao edil.
O parlamentar foi conduzido até a cidade de Uberlândia e deverá ficar preso na penitenciária Jacy de Assis.
Em 2016, pastor Amaury foi eleito com 732 votos, cerca de 1,28% dos votos válidos.
‘Rachadinha’
O filho do presidente Jair Bolsonaro também é investigado por cometer um crime semelhante. Flávio Bolsonaro e o ex-assessor Flávio Queiroz são suspeitos de adotar a ‘rachadinha’ com funcionário do antigo gabinete.
O ex-assessor, entretanto, afirmou que fazia “gerenciamento financeiro” dos salários recebidos pelos outros funcionários do gabinete do hoje senador Flávio Bolsonaro. Ele confirmou que os funcionários do gabinete repassavam parte dos salários para sua conta. Disse ainda que o objetivo era contratar mais funcionários com esse dinheiro.