Um ex-agente penitenciário, que trabalhava como vigia do Parque Estadual do Rola-Moça, na divisa de Belo Horizonte com Nova Lima, foi encontrado morto com quatro tiros na cabeça, na manhã desta segunda-feira (11), dentro da guarita da portaria P2, que fica entre a entrada do Barreiro, na capital, e o Pelotão dos Bombeiros, que atende à Unidade de Conservação.
A Polícia Civil investiga a autoria e a motivação do crime. A vítima, Anderson Luiz Silveira, de 46 anos, trabalhava no parque durante o dia. Ele foi assassinado justamente na data em que havia trocado de turno com o vigia da noite.
O criminoso não levou o dinheiro que estava no bolso da calça dele, nem a carteira ou o celular e o veículo. A porta da guarita também estava aberta, o que indica que a vítima a abriu para a pessoa que o matou. “A impressão que a gente tem é que houve uma execução. Não houve arrombamento e não houve furto nenhum de objeto pessoal dele. A chave do carro se encontrava com o mesmo”, contou um colega de trabalho de Anderson, que pediu para não ser identificado. Segundo ele, o vigia trabalhava no parque há oito anos.
O colega também disse à reportagem que dois amigos de Anderson estiveram no local depois do crime e disseram ser agentes penitenciários, ex-colegas de trabalho da vítima, em Ibirité.
“Disseram que Anderson havia se desligado do sistema carcerário em dezembro de 2017”, contou o funcionário do parque. “Ele acumulava os dois empregos. O horário dele é das 7h às 19h, mas ele havia trocado de turno com o porteiro da noite. O próprio executor já sabia que ele estaria aqui à noite e que tinha trocado de plantão. Acho que foi um crime premeditado”, acredita o colega.
De acordo com a Polícia Militar (PM), o corpo foi encontrado por um outro funcionário do parque, por volta das 6h, quando fazia a ronda. O Corpo de Bombeiros e a PM foram acionados. A perícia verificou quatro perfurações de tiros na cabeça do vigia. O corpo do vigia foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).
O delegado da Homicídios, Magno Machado, instaurou inquérito para apurar o crime. Ele informou, por meio da assessoria de imprensa da Polícia Civil, que as investigações ainda estão no início e que não tem como determinar a autoria e a motivação para o crime. “Todas as linhas de investigação estão sendo consideradas”, informou o delegado.
O Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) disse que o corpo do vigia foi localizado por um outro funcionário que assumiria o turno do vigilante.
“No domingo, um segurança que faz ronda no período noturno nos arredores do parque passou pela guarita onde o vigia trabalhava, às 23h, e constatou que tudo estava normal. Deste modo, a suspeita é que o incidente tenha ocorrido entre 23h e 6h”, informou o Sisema, lembrando que o vigia era funcionário do parque desde 2009 e deixa a mulher e um filho.
O Parque Estadual do Rola-Moça é uma unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), órgão que integra o Sisema. A reserva ambiental possui sistema de segurança com vigia em todas as portarias, 24h por dia, e não possui histórico desse tipo de incidente, segundo o Sisema.