Quem costuma frequentar clubes sabe que o início do ano é um dos períodos de maior movimento nesses locais. Com a chagada do verão, piscinas, restaurantes, lanchonetes, saunas, vestiários e demais recintos de todos os clubes – tanto públicos como privados – da capital, começaram nesta quinta-feira a ser fiscalizados pela Vigilância Sanitária da Prefeitura de Belo Horizonte. Ao todo, 61 espaços de lazer serão inspecionados até o dia 15 de março.
A operação ganhou o nome de “Verão Saudável” e vai acontecer em duas fases distintas. Na primeira serão priorizadas ações de caráter educativo e preventivo.
Os vigilantes passarão em cada clube realizando vistorias e apontando as irregularidades e orientando que as mudanças sejam feitas. Na segunda, serão realizadas vistorias de retorno para verificação da correção das irregularidades encontradas na primeira fase e aplicação de medidas cabíveis, que podem chegar até a multas, com valores que variam entre R$ 372,90 a R$ 14.916, além de interdições de partes ou totalidade dos clubes.
Os trabalhos serão feitos por 70 fiscais. Segundo o gerente de Vigilância Sanitária da prefeitura, Wagner Cândido da Silva, o objetivo principal da operação é evitar o risco de doenças veiculadas pela água, como conjuntivites, micoses, sinusites e outras, além da intoxicação alimentar, que pode vir de um alimento em mau estado. Ele explica que serão explorados três frentes em cada clube.
“São três focos principais: a piscina, a estrutura física do clube como um todo e a parte da alimentação. Nós já temos vistorias ao longo do ano, mas intensificamos nesse período por causa da quantidade de frequentadores”, afirma.
A operação teve início nesta quinta-feira e o primeiro clube inspecionado foi o Pampulha Iate Clube (PIC), localizado no bairro Jardim Atlântico, na região da Pampulha. Segundo a prefeitura, os problemas constatados no local foram um ralo em estado irregular no vestiário e uma lixeira sem tampa. O gerente da unidade, Eduardo Miranda Silva considera inspeção necessária.
“Nós temos equipes para garantir que tudo esteja normal. Temos quatro funcionários apenas pela área da piscina e, no geral, são mais de 200 funcionários nas diversas áreas. Em período de férias, nosso controle de leitura do cloro é feito de hora em hora”, afirma.
Ainda segundo Silva, os usuários dos clubes que notarem alguma alteração deve entrar em contato com a prefeitura. “A participação da população é muito importante. Nós temos o canal 156 pelo telefone e a internet. Se o frequentador observa que a qualidade da água visualmente está suspeita, com coloração inadequada, ou que a estrutura da piscina ou do clube não estão atendendo, ele pode fazer a reclamação”, afirmou.
Irregularidades. As irregularidades mais comuns de serem encontradas nos clubes estão nas piscinas, segundo o gerente de Vigilância Sanitária da prefeitura, Wagner Cândido da Silva. A medição do cloro é o principal quesito verificado, mas o estado de conservação também é observado.
“Quando a gente vistoria o clube pela manhã, o cloro pode não ter sido colocado e, mesmo assim, já tem frequentadores. Então a gente precisa clorar a piscina desde a abertura do clube até o seu fechamento. Caso não haja cloro, a gente interdita a piscina e exige a cloração imediata. O teste é instantâneo. A gente já consegue em poucos segundos verificar se tem cloro ou não”, explica.
Ainda segundo o gerente, as correções na piscina são passíveis de correções. “O teste de cloro, por exemplo, é instantâneo. A gente já consegue em poucos segundos observar se tem cloro ou não. Muitas vezes o cloro existe mas está abaixo do regulamentado e a cloração imediata corrige isso. No caso de não ter cloro, a piscina tem que ser interditada”, explica.
A depender da gravidade da irregularidade, o clube pode ser advertido, intimado, multado ou, até mesmo, interditado.
As avaliações ocorrerão em três frentes de trabalho:
Piscina. Será avaliada a qualidade da água, com aferição do pH e presença do cloro residual, juntamente com o estado de conservação.
Estrutural. Serão vistoriadas as dependências dos clubes e os espaços de convivência como vestiários, saunas, restaurantes e lanchonetes para verificação das condições higiênico-sanitárias. A limpeza de cada local é imprescindível.
Alimentação. Nas lanchonetes e restaurantes serão verificados a qualidade, o acondicionamento e a validade dos alimentos ofertados.