O ataque a uma creche em Blumenau, Santa Catarina, que provocou a morte de quatro crianças, no dia 5, completa nove dias hoje. De lá para cá, pelo menos 20 adolescentes foram apreendidos em Minas Gerais por suposto envolvimento em ameaças de massacre ou por estarem portando armas em escolas do estado, aponta mapeamento do Estado de Minas.
Na segunda-feira (10/04), a Polícia Militar apreendeu quatro adolescentes com facas e um canivete dentro da Escola Municipal Wilson Hedy Molinari, em Poços de Caldas, na Região Sul do estado. Dois meninos, de 13 e 14 anos, e duas meninas, ambas de 12 anos, estavam com os objetos em suas mochilas. Os menores contaram aos policiais que levaram facas para a escola com o objetivo de se defender de um hipotético “massacre”. Segundo os adolescentes, foi criado um perfil em rede social com o nome “massacre na escola” e eles temiam que algo acontecesse.
No mesmo dia, uma adolescente de 13 anos foi apreendida em Monte Santo de Minas, também na Região Sul do estado. Ela estava na escola com uma faca de cozinha dentro da mochila. De acordo com a jovem, a arma seria usada para se proteger em caso de um possível ataque na unidade de ensino.
Na terça-feira (11/4), um estudante de 17 anos foi apreendido em Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por gravar e divulgar um vídeo nas redes sociais ameaçando fazer um massacre na Escola Estadual Domingos Justino Vieira. O menor admitiu ser o autor do vídeo e contou que teve a ajuda de dois primos, de 20 e 26 anos. Um deles foi preso e outro está foragido.
A Polícia Civil de Fronteira, no Triângulo Mineiro, identificou e apreendeu um adolescente suspeito de criar um perfil falso no Instagram e postar fake news relacionada a um suposto massacre na Escola Estadual João Kopke, localizada no município. Ainda na terça-feira, um adolescente de 15 anos foi recolhido com uma faca acoplada a um soco inglês, durante uma vistoria em uma escola estadual no município de Gurinhatã, distrito de Flor de Minas, no Triângulo Mineiro.
Na quarta-feira (12/04), foram registradas quatro ocorrências semelhantes. Em Belo Horizonte, um adolescente de 17 anos, que portava uma pistola de airsoft e duas facas na mochila, foi apreendido durante Operação de Proteção Escolar, na Escola Estadual Laura das Chagas Ferreira, no Aglomerado da Serra, Região Centro-Sul da capital. Ele alegou que levou os objetos para a escola por medo das ameaças de massacre que circulam no noticiário dos últimos dias. Além disso, teve atrito recente com outros alunos e também queria se proteger de eventual retaliação por parte deles.
Na Escola Estadual Terezinha Pinto Fernandes Maia, em Alpercata, no Vale do Rio Doce, a Polícia Militar apreendeu duas adolescentes. Uma, de 13 anos, carregava duas facas, uma tesoura, um martelo e dois frascos com uma mistura de água sanitária, inseticida e molho de pimenta na mochila. Ela disse que os itens eram para defesa pessoal. A outra jovem tinha uma faca. Uma suástica também estava pintada em um banheiro da unidade de ensino.
Em Santa Luzia, na Grande BH, quatro menores foram levados para a delegacia após militares receberem informações de um possível ataque a duas escolas estaduais no município. Os muros das instituições de ensino teriam sido pichados com ameaça de atentado. Na casa de um dos menores foi encontrada uma arma de airsoft.
Em Araxá, no Alto Paranaíba, a Polícia Civil apreendeu dois estudantes, de 15 e 16 anos, de uma escola particular da cidade. Eles estavam com vídeos e imagens com conteúdo extremista e violento. Os investigadores chegaram até os jovens por meio de monitoramento das redes sociais. Segundo a polícia, os primeiros levantamentos indicam que os adolescentes estariam planejando ações contra outros alunos e professores da escola onde estudam.
Ontem (13/04), outros dois casos foram registrados no estado. Um adolescente foi encaminhado ao sistema socioeducativo depois de ser apreendido pela Polícia Civil, em Passos, Sudoeste de Minas, suspeito de ameaça de ataque contra uma escola da cidade.
A Polícia Civil informou também que dois adolescentes, um de 13 anos, em Caratinga, e outro, de 14 anos, em Bom Jesus do Galho, no Vale do Rio Doce, foram conduzidos à delegacia por ameaças de ataque a escolas. Segundo os policiais, os jovens faziam ameaças por meio de telefones celulares, que foram apreendidos e vão passar por perícia.