Neste domingo (17), Joe Biden se tornou o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício a visitar a Amazônia brasileira. Ele pousou em Manaus às 13h30 (horário de Brasília) e seguiu diretamente para um sobrevoo sobre áreas da floresta afetadas por queimadas e erosões, incluindo o encontro dos rios Negro e Solimões. Acompanhado pelo climatologista Carlos Nobre, Biden observou os impactos do desmatamento e da crise climática na região.
Após o sobrevoo, o presidente visitou o Museu da Amazônia (Musa), localizado em uma reserva florestal em Manaus, onde se reuniu com lideranças indígenas, pesquisadores e autoridades locais, como o governador do Amazonas, Wilson Lima, e o prefeito de Manaus, David Almeida. Biden foi acompanhado por sua filha, Ashley Biden, e sua neta, Natalie Biden.
No Musa, Biden destacou a importância da preservação ambiental, citando o legado do seringueiro e ambientalista Chico Mendes. Em seu discurso, ele reafirmou o compromisso dos Estados Unidos com a transição energética e anunciou novos aportes financeiros ao Fundo Amazônia. O governo americano prometeu mais US$ 50 milhões, somando US$ 100 milhões já comprometidos, com planos de investir até US$ 500 milhões nos próximos anos, sujeitos à aprovação do Congresso.
Além disso, Biden apresentou outras iniciativas de cooperação, como o lançamento de uma coalizão para restauração florestal e bioeconomia, com meta de mobilizar US$ 10 bilhões até 2030, e o apoio ao plano brasileiro de criar o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre. Ele também anunciou avanços no financiamento climático internacional dos EUA, que agora alcança mais de US$ 11 bilhões anuais, consolidando os Estados Unidos como o maior provedor bilateral de recursos para o clima.
A visita de Biden ocorre em um contexto crítico para a Amazônia, que enfrenta sua pior seca em 122 anos, com rios em níveis baixos, queimadas persistentes e chuvas abaixo da média. Embora limitada a áreas urbanas, sua presença destacou a relevância internacional da floresta e reforçou a necessidade de ação global para mitigar os impactos da crise climática.
Biden deixou Manaus no final da tarde para participar da cúpula do G20 no Rio de Janeiro, onde se reunirá com líderes globais, incluindo o presidente Lula, para discutir temas como sustentabilidade e economia global.